www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
ESTATÍSTICAS DA FUNDAÇÃO CASA (FEBEM)
Do que são acusados os jovens hoje detidos?
Esquerda Diário
Ver online

Sobre a redução da maioridade penal, muito se ressalta dos casos chocantes explorados pela mídia, que evidenciariam o aumento do envolvimento de menores em crimes graves ou“hediondos” (os crimes que a legislação brasileira considera mais graves, como homicídio, latrocínio, estupro, entre outros)

Pouco se fala sobre qual é a realidade hoje dos menores que cometem crimes. Em São Paulo, por exemplo, onde se concentrao maior número de internos do país, é possível observar os dados disponibilizados pela Fundação Casa.

A esmagadora maioria dos casos de internação se trata de Roubo Qualificado (43,15%) e Tráfico de Drogas (39,34%), representando, portanto, 82,49% do total. Em seguida aparecem os casos de Roubo simples (3,92%) e Descumprimento de Medida Judicial (2,05%).

Por outro lado, se somarmos todos os casos relacionados a homicídios, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte, e estupros, chega-se a apenas 4,02% dos detentos.

Ou seja, os crimes mais graves contra a vida, que a mídia mais explora, são pouco frequentes. Entretanto, tráfico de drogas, "formação de quadrilha" e tortura, ainda que não estejam na lista de crimes hediondos, podem ser equiparado a estes, e, portanto, receber o mesmo tipo de punição, englobando ai um setor mais significativo da juventude, pela relação com o tráfico.

Portanto, enquanto a mídia sensacionalista tenta criar um clima de terror e barbárie, ligando a redução da maioridade penal a uma solução contra casos mais bárbaros de estupro e morte, por exemplo, a intenção é aumentar a punição “preventiva” para a juventude dos morros e favelas, que muitas vezes se liga ao tráfico frente à miséria da vida e à privação de direitos básicos como educação e trabalho. Além disso, é uma forma de cercear revoltas como as jornadas de junho, quando a juventude se levantou e pegou de surpresa os governos da vez.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui