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CURA GAY
Comissão de Direitos Humanos da Câmara promove sessão homofóbica
Tatiane Lopes

A convite do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), três pastores, uma missionária e um estudante de teologia foram ouvidos.

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A sessão na câmara começou com os depoimentos dos convidados, que de acordo com o Pastor Marco Feliciano são vítimas de preconceitos por toda a sociedade que não aceita que alguém possa deixar de ser LGBT. Por isso o deputado diz que deveriam ser feitas leis de proteção e que promovam a visibilidade desses setores. Até mesmo uma bolsa “ex gay” foi proposta pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) em comparação e crítica as bolsas para usuários de crack e às prostitutas em São Paulo.

Os depoimentos tratavam de como a homossexualidade seria uma escolha a ser superada, já que segundo os convidados qualquer um que quiser pode deixar de ser homossexual e precisa apenas procurar ajuda “Decidi mudar e fui ajudado por uma psicóloga, sim. Na verdade, eu nunca fui gay, eu nasci hétero, mas a vida me levou a ser gay. Hoje, sou casado há 17 anos e tenho um filho de 5 anos”, declarou o pastor Joide Pinto Miranda.

Outros argumentos giravam em torno de que a homossexualidade é uma consequência de situações de abusos sofridos na infância e por isso seria um distúrbio que deveria ser tratado com ajuda profissional.

Os psicólogos presentes, representando o Conselho Federal de Psicologia (CFP), distribuíram material com sua posição sobre o assunto, defendendo que os profissionais da psicologia não têm direito de tratar algo que não é uma doença, referindo-se a homossexualidade. Os materiais foram rasgados pela quase totalidade de deputados ligados a chamada bancada evangélica que estavam presentes na sessão. Os deputados ligados ao movimento LGBT como Jean Wyllys (PSOL-RJ), boicotaram a sessão.

Mesmo o estado tendo um caráter laico a sessão mostra que na verdade os setores evangélicos acabam utilizando do estado como via de impor uma doutrina assim como nas suas igrejas e impedir que os indivíduos se expressem sua sexualidade livremente.

Cura gay, violência e assassinatos contra LGBTs

Há exatos dois anos, os atos de junho de 2013 que reuniram milhões de pessoas por todo o país, rechaçaram e barraram as discussões sobra “cura gay”, que na época eram impulsionadas pelo então presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o mesmo deputado Pastor Marco Feliciano. Naquele momento a juventude, as mulheres e LGBTs se colocaram nas ruas contra esta proposta opressiva que visava tratar como doença a condição social desse setor, que segue sendo vítima de assassinatos constantes, resultado de uma disseminação de ódio dos setores conservadores.

Na semana em que o assassinato de Laura de Vermont chocou o país, travesti de apenas 18 anos, morta pelos policiais Ailton de Jesus e Diego Clemente Mendes, com um tiro e mais sinais de espancamento, a CDH discute como retomar a ideia de sexualidade como perversão e doença. Esse discurso só colabora para que existam várias Lauras espalhadas pelo Brasil que ao invés de serem respeitadas por sua escolha, são perseguidas com esse discurso de ódio que alimenta o conservadorismo dos machistas e homofóbicos. Contra isso os psicólogos presentes na sessão declararam que a palavra "homossexualismo", algumas vezes dita naquela tarde, deixou de ser utilizada em 1990, há 25 anos, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o termo da lista internacional de doenças.

 
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