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CRISE POLÍTICA
Jucá quer maior parte do financiamento público de campanha para tirar o PMDB da fossa
Redação
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Um dos articuladores do golpe institucional, o homem que buscou “estancar a sangria” em um “grande pacto nacional”, Romero Juca, senador do PMDB, é o relator da Reforma Política. Isso por si só, é bem simbólico do que se prepara: um projeto que busca aprofundar o domínio da casta política brasileira, impedindo que a insatisfação dos trabalhadores e da juventude, ganhe força e representatividade, diante de tamanha falta de democracia que existe nas regras eleitorais atuais.

Os grandes partidos da ordem, PMDB, PSDB e PT, junto com outras forças menores, possuem milhões acumulados ao longo das últimas décadas a partir de caixas 1 e 2 com os grandes empresários: os governos e cargos nada mais foram do que um grande balcão de negócios dos sistema capitalista, enquanto milhões de brasileiras e brasileiros sofrem com o desemprego, morrem nas filas dos hospitais, vivem o caos do transporte urbano e da precariedade da escola pública, são assassinados na luta por um pedaço de chão ou reprimidos na luta por moradia nas grandes cidades.

Com muita hipocrisia, falam agora em financiamento público, quando na verdade as regras atuais eleitorais buscam impedir a participação dos trabalhadores e da juventude, não permitem que organizações que não possuem legenda como o MRT possam disputar as eleições, impedem a participação das vozes dissonantes da casta corrupta, e querem uma reforma política que poderá impedir a participação de organizações de esquerda como o PSOL, PCB e PSTU.

A proposta que Jucá quer levar a votação no próximo mês, consegue piorar esse cenário, e expressa a “guerra matemática” entre os 3 principais partidos da ordem: PMDB, PSDB e PT.

Atualmente, os recursos do Fundo Partidário são distribuídos da seguinte forma: 95% de acordo com a proporção dos votos para deputados federais na última eleição e 5% divididos igualmente para todas as legendas. Com isso, o PT é receberia 13,3% dos recursos, seguido pelo PSDB, com 11%, e então vem o PMDB, com 10,7%. Jucá propõe um novo critério: 70% dos recursos serão distribuídos proporcionalmente à bancada atual dos partidos na Câmara (e não aos votos da eleição), 25% de acordo com a bancada atual de senadores e 5% de forma igualitária para todas as legendas. E, para as eleições de 2018, será levada em conta a bancada dos partidos na data de promulgação da proposta, em um fundo estimado em 3,5 bilhões.

De acordo com as bancadas atuais na Câmara e no Senado, a nova regra transformaria o PMDB no maior beneficiário dos recursos do novo fundo, ficando com 15,7% do total, muito à frente dos demais partidos: PT, o segundo maior beneficiário, ficaria com 10,8% e PSDB, com terceiro, com 9,5%. Isso significa que, se for confirmado o montante total de R$ 3,5 bilhões para o fundo, caberá ao PMDB cerca de R$ 550 milhões, ante cerca de R$ 380 milhões para o PT e cerca de R$ 330 milhões para o PSDB.

Enquanto PMDB, PSDB e PT digladiam entre si sobre a divisão no fundo, todos tem acordo e se unificam para tornar as regras eleitorais cada vez mais exclusivas aos trabalhadores, trabalhando para excluir organizações como PSOL, PSTU e PCB que não são citadas em nenhuma delação, ou ainda proibindo trabalhadores de formar uma organização própria na prática, quando exigem regras impossíveis de serem cumpridas para se poder fundar um partido, para aqueles que não tem apoio dos bancos e dos capitalistas.

 
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