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GREVE GERAL
Pão e Rosas chama as mulheres para impulsionar a campanha “Tomar a Greve Geral em Nossas Mãos”
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O Esquerda Diário entrevistou Maíra Machado, professora da rede de SP em Santo André e Rita Cardia, professora do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, militantes do grupo de mulheres Pão e Rosas, sobre a importância da participação das mulheres na construção da greve geral do dia 30 de Junho convocada pelas centrais sindicais.

Porque o grupo de mulheres Pão e Rosas está participando da construção da greve geral?

M: Porque todos os ataques do governo golpista de Temer e de todos esses políticos, como a reforma da previdência e a trabalhista vão atingir principalmente a vida das mulheres, que são metade da classe trabalhadora. Somos as que recebemos os menores salários, que ocupamos os postos de trabalhos mais precários, como os terceirizados, e ainda sofremos cotidianamente com a dupla jornada de trabalho.

R: Além disso, as mulheres internacionalmente estão se levantando pelos seus direitos como o direito ao aborto legal, seguro e gratuito e contra a violência, mas também estão questionando os ataques e ajustes dos governos e da direita e lutando pela igualdade salarial, o que culminou numa importante greve de mulheres em mais de 40 países em todo o mundo no dia internacional das mulheres este ano. O Pão e Rosas participou ativamente desta greve nos 11 países que está presente. Nós somos um grupo de mulheres que luta pelos direitos elementares das mulheres e contra toda forma de violência de gênero, mas entendemos que esta sociedade capitalista se utiliza da opressão de gênero para explorar mais nossa força de trabalho e nos manter divididos e enfraquecidos. E por isso nossa verdadeira e plena emancipação só será alcançada se lutarmos contra esse sistema capitalista e o derrubarmos.

M: Nós acreditamos que toda essa força das mulheres, que se expressou neste movimento internacional mostra que somos uma potência social e que devemos estar unidas com o conjunto dos trabalhadores para lutar contra toda forma de opressão e exploração. Essa é única força social que pode enfrentar os ataques dos patrões e desses governos que só querem descarregar a crise nas nossas costas. Por isso, aqui no Brasil, somos mulheres e estivemos com tantas trabalhadoras e jovens na linha de frente de dias importantes em que a classe trabalhadora entrou em cena como no dia 28 de abril e em Brasília, enfrentando a repressão brutal, dia 24 de maio, e agora dia 30 de junho temos que ser muito mais mulheres.

Como vocês acham que deve ser a organização das mulheres para o dia 30?

R: Como dizemos, temos que tomar as greves em nossas mãos, pois não podemos confiar nas centrais sindicais, como a CUT, CTB, Força Sindical, pois têm outros objetivos, como no caso da CUT e CTB, de eleger o Lula em 2018 e ir negociando reformas mais amenas até lá, e nem falar da Força Sindical, UGT e outras centrais diretamente pró-patronais, que já negociaram abertamente com Temer. Exigimos que nossos sindicatos organizem assembléias de base e construamos comitês de base nos locais de trabalho e estudo para poder efetivamente tomar a construção desta greve em nossas mãos.

M: Para ter noção, no dia 24 de maio nós professoras de São Paulo, uma categoria de maioria de mulheres, não pudemos participar da marcha em Brasília, porque a direção majoritária (PT e PcdoB) do nosso sindicato (APEOESP) não quis adiar as eleições sindicais. Não podemos deixar nossa luta mais uma vez nas mãos dessas direções, que chamam a greve geral mas não fazem nada de fato para construí-la na base com um plano de luta que possa derrubar essas reformas e o Temer. Agora as centrais sindicais juntas querem frear o chamado de greve geral pro dia 30, dissolvendo a greve em um “junho de lutas”. As centrais não estão construindo a greve, por isso, mais do que nunca precisamos tomar a greve em nossas mãos.

E como o Pão e Rosas está se preparando para a greve geral?

M: Junto com companheiras e companheiros do Movimento Nossa Classe, da Juventude Faísca, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e com o Esquerda Diário, nós estamos impulsionando também a campanha "Tomar a greve geral nas nossas mãos". Nossa luta é uma só contra as reformas de Temer e pela sua derrubada, por isso estamos organizando com essas e esses companheiros panfletagens nos locais de trabalho e estudos, colagem de cartaz e distribuição de adesivos chamando a greve geral. Queremos chegar em milhares de trabalhadores e trabalhadoras com essas idéias, pois tem se demonstrado muita disposição de luta e é a única via para derrubarmos essas reformas é em primeiro lugar, construindo comitês de luta contra as reformas com milhares de mulheres, trabalhadores e jovens e uma forte greve geral.

R: Mas também fizemos um material específico do Pão e Rosas como parte da campanha que faz um chamado específico com a consigna, “Mulheres, tomemos a greve geral em nossas mãos” que queremos distribuir para mulheres que estão no dia-a-dia conosco nas escolas, fábricas, universidades, e locais de trabalho. Neste material denunciamos os problemas mais sentidos pelas mulheres, como o machismo e a violência de gênero e contra as mulheres trans e lésbicas, e exigimos “Nem Uma a Menos”, contra a violência machista. Mas colocamos como nós mulheres devemos estar na linha de frente em cada local de trabalho e estudo construindo a greve geral na base com nossos companheiros.

M: Também estamos lutando por uma resposta política para toda essa crise, mostrando que com a força organizada das mulheres com os trabalhadores podemos derrubar as reformas, o Temer e acabar com esse congresso de corruptos e vendidos para colocar de pé uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Podemos ir além de trocar um político por outro, podemos mudar as regras desse jogo político e lutar para eleger representantes entre as trabalhadoras e trabalhadores para uma nova Constituinte. A primeira tarefa dessa Assembleia Constituinte será anular todos os ataques em primeiro lugar e garantir todos os direitos das mulheres.

 
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