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O congresso da UNE e as tarefas da juventude no próximo período 
Francisco Marques
Professor da rede estadual de Minas Gerais
Tatiane Lopes
Willian Silva

Qual o papel da juventude frente a crise nacional e como isso se liga ao 55° Congresso da UNE? 

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O Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune) deste ano, 55º de sua história, começa hoje e vai até o dia 18 de junho. Dezenas de milhares de jovens de todo o país se reunirão em Belo Horizonte (MG), para disputar os rumos da maior entidade nacional do movimento estudantil. Num momento onde o país derrete em crise, sendo que no próximo dia 30 de junho, está sendo convocada uma greve geral contra Temer e as reformas. Diante deste cenário político, que papel poderia cumprir a juventude junto aos trabalhadores, organizada a partir de uma entidade nacional como a UNE?

Para nós da Faísca, que iremos com uma delegação de observadores nesse congresso, estamos em meio a uma conjuntura pré-revolucionária, onde a instabilidade dos de cima provoca um vazio de governo, expresso também pela divisão da burguesia a respeito de um novo representante que possa substituir Temer à altura de aplicar as reformas para que o povo pague pela crise. Ao mesmo tempo a classe trabalhadora, apesar do controle das burocracias sindicais, se coloca em cena, com importante ações como foi no dia 28 de abril. Por isso, esse congresso precisa estar a serviço de debater como nós, jovens, estudantes, mulheres, negros, LGBTs, vamos junto aos trabalhadores golpear os planos da burguesia, tomando a greve geral do dia 30 em nossas mãos até derrubar as reformas e Temer. Nossa participação nesse congresso está a serviço de ampliar e difundir essa ideia, para que os dezenas de milhares de jovens que estarão em Belo Horizonte possam sair dali preparados para organizar milhões para a greve geral.

Enquanto essa necessidade urge, infelizmente a direção majoritária da UNE, representada pela UJS junto a correntes petistas, e também o Campo Popular composto pelo Levante Popular da Juventude, seguem fazendo da entidade um palanque para defender sua própria política. Durante anos blindaram os governos do PT e sua lógica de conciliação de classes que levou ao fortalecimento da direita, abrindo espaço para o golpe institucional. Sob sua direção a UNE seguiu passivamente a orientação de Lula para não incendiar o país e nos locais onde atuam tentaram de todas as formas conter os elementos espontâneos de auto-organização da juventude. Agora começam a campanha para as eleições de 2018, vendendo o mesmo Lula, o mesmo projeto de conciliação de classes, como uma solução milagrosa para resolver a crise. Não estão preocupados em preparar a greve para derrotar as reformas e Temer agora e pela força da nossa luta. Mas sim negociar a melhor forma de manter a estabilidade desse regime apodrecido. 

Não podem nos enganar. Nosso rechaço as reformas e a este governo golpista merece nos fazer lutar por uma saída consequente. Diretas Já ou novas eleições gerais como levantam o conjunto da Oposição de Esquerda significam hoje na prática fortalecer o Lula 2018, por isso é tão absurdo que setores da esquerda estejam naFrente Ampla pelas Diretas Já. Enquanto a burguesia escancara aos quatro ventos que sua prioridade é aprovar as reformas que nos obrigaram a trabalhar até morrer, sem nenhum direito e de forma ultra precária. Se por um lado a oposição festeja a unidade em torno da palavra de ordem que pede novas eleições, pouco se vê falar sobre a greve geral do dia 30, e a gritante necessidade de que seja tomada pelos trabalhadores e estudantes em suas bases, evitando a traição preparada pelas centrais sindicais que querem negociar pontos da reforma, quando o que precisamos é barra-las completamente. Não pode haver separação entre a luta por uma saída política e para barrar as reformas. 

Por isso entendemos que os trabalhadores e a juventude precisa tomar em suas mãos a greve e conquistar com a força da mobilização novas eleições, mas para eleger representantes para uma nova constituinte onde a primeira medida seja anular todas as reformas e ataques de Temer, Dilma, Lula, FHC e Collor. Avançando em medidas como o não pagamento da dívida pública, estatização das empresas privadas, reforma agrária e diversas outras questões, que faça com que sejam os capitalistas aqueles que paguem pela crise. Nessa Constituinte defenderíamos nossa perspectiva anticapitalista e revolucionária sobre a necessidade de governo dos trabalhadores em ruptura com esse sistema, para que possamos responder de fundo a todas essas questões que nos atingem. 

 
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