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UNESP FRANCA
Terceirizados e terceirizadas da limpeza e serviços gerais demitidos em massa na Unesp de Franca/SP
Ana Horta

Na última semana, trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da UNESP – uma das maiores universidades do Brasil – foram demitidos do campus de Franca/SP.

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Fotos: Trabalhadoras terceirizadas da USP.

Na última semana, trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da UNESP – uma das maiores universidades do Brasil – foram demitidos do campus de Franca/SP, já na validade da lei LEI Nº 13.429, DE 31 DE MARÇO DE 2017, conhecida como “Lei da Terceirização” do governo ilegítimo de Michel Temer, que dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros.

Fato que “coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços”.

Como era de se esperar, trabalhadores terceirizados que já têm em seu histórico os serviços mais precarizados e instáveis, foram “substituídos” em um processo de licitação aberto há meses e que, aparentemente, aconteceu nas surdinas e o movimento estudantil da comunidade unespiana alegou desconhecimento de tal fato – já que esses trabalhadores são tão invisíveis que nem seu aviso prévio de um mês foi suficiente para isso ser difundido no ambiente universitário.

Nada foi feito em relação a tentar minimizar a situação dos demitidos, que agora estão dentro do quadro de milhares de desempregados deste país, que sofrem cada vez mais com as formas de trabalho temporário que não garante sua subsistência de forma estável.

Na universidade, sempre que este tipo de troca de contratos acontecia, as empresas mantinham o quadro de contratados terceirizados. Mas como essas pessoas nunca foram “absorvidas” pela estabilidade do emprego público, a nova empresa contratada da RCA, demitiu 23 funcionários de uma só vez para colocar em seu lugar outros funcionários precarizados e de maneira temporária.

Desta forma, nada mais interessante ao capitalismo: além de não tratar trabalhadores com seu devido respeito, oferecendo migalhas, sugando as energias enxugando salários e se apropriando cada vez mais do lucro exorbitante dos detentores dos meios de produção (no caso, donos das empresas prestadoras de serviço), ainda colocam os funcionários uns contra os outros, em uma relação de “quem ganha mais por aceitar mais exploração”.

A UNESP também se cala. Porque o que interessa é ter quem preste serviços que seriam seus de forma mais barata e que ofereça em teoria mais “qualidade”. Porque os maiores atingidos com isso são aquelas mulheres negras que ninguém percebe limpando os banheiros de alunos e professores, tirando das paredes dizeres racistas e de violência, que a Unesp também não faz questão de investigar. Muitos dos estudantes desta universidade nunca serão afetados por estas relações trabalhistas precarizadas, pois as universidades públicas poucas vezes serve aos filhos dos trabalhadores. Alguns estudantes estão se unindo em prol de campanhas de solidariedade caritativas e passando um abaixo-assinado contra o descaso ocorrido.

A empresa, de Santa Bárbara d’Oeste, também faz a limpeza da UFSCar, e em São Carlos aconteceu a mesma coisa, onde a empresa ganhou a licitação e se negou a manter os empregados antigos. Ainda faz propagandas sobre “responsabilidade social”, tratando com desumanidade aqueles que há tempos prestaram serviço ao local ao qual agora está sob sua responsabilidade.

Trata-se de uma grande empresa do setor, com muitos funcionários contratados, mas que prioriza formas de “mecanização do serviço” e desconsidera a mão de obra humana sempre que for possível.

Parece que os centros acadêmicos estão deixando de lado antigos métodos de mobilização conjunta, que age antes e não posteriormente a esse tipo de ação repugnante. Muitas vezes o movimento estudantil se mostrou combativo o suficiente, ainda mais por se tratar de um campus de cursos que colocam terias críticas na grade de formação, e que já foi exemplo de luta contra o retrocesso conservador e ataques à classe trabalhadora.

Os funcionários demitidos necessitam de apoio não de maneira temporária com ações de caridade, mas precisam estar em luta com a força e solidariedade dos estudantes para que possam de fato ter garantido seus direitos, não de demissão, mas de manutenção de seus postos e contra todas as formas de precarização do trabalho e emprego.

A Lei da terceirização dá bases para que tudo isso ocorra “legalmente”. Cada vez mais exemplos como estes acontecerão, e cada vez mais necessitamos todos, trabalhadores e trabalhadoras, dar um basta à precarização que divide, humilha e escraviza!

Precisamos de uma forte mobilização nacional para barrar as reformas propostas por este e que possivelmente serão colocadas pelos próximos e quaisquer governos que estão lado a lado com a burguesia, a servindo e se aproveitando dos privilégios que esta tem a oferecer.

Pela efetivação imediata dos terceirizados sem concurso público! Contra a terceirização e todas as formas de exploração dos trabalhadores!

Para que não só os funcionários da Unesp e das universidades públicas, mas todos os trabalhadores e trabalhadoras mantenham seus postos de trabalho e mostrem a força que têm, lutando contra a terceirização, por melhores condições de trabalho, e que a consciência avance na compreensão de que nenhum direito garantido será perpétuo dentro do sistema capitalista, mas também não deixaremos serem retirados sem resistência!

 
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