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LUTA PELAS COTAS NA UNICAMP
Começou o Festival pelas COTAS na Unicamp!
Redação

Começam na manhã desta segunda-feira, 29, os debates, apresentações culturais e shows do Festival pelas COTAS étnico-raciais na Unicamp, momento de síntese política de uma trajetória de lutas por essa pauta na universidade. Acompanhe no Esquerda Diário a cobertura do Festival e do Ato de amanhã da votação das cotas no Conselho Universitário.

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(Arte da foto do evento por Helen Aguiar)

No sentido de representar o acúmulo de todo o debate em favor da implementação das cotas étnico-raciais e de concentrar nessa reta final uma grande demonstração de força dos estudantes mobilizados por essa pauta é que foi organizado para esse dia 29 um grande Festival político na Unicamp que reunirá diversos artistas, intelectuais e figuras do movimento negro para que na votação do dia 30 a burocracia universitária esteja intimidada a decidir pelas cotas étnico-raciais. A força da luta dos estudantes pode nesse dia 30 impor as cotas contra uma universidade fechada, subserviente às empresas, de costas à população e que abre as portas aos negros em maioria para o trabalho precário de milhares de mulheres negras através da terceirização.

Confira a programação:

10h - Abrindo as apresentações do Festival, contamos com a contribuição dos artistas Du Kiddy e Aluísio Alberto. Du é também estudante de Música da Unicamp e está sendo punido pela reitoria por ter lutado pelas cotas na greve do ano passado.

(Imagem retirada da página do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp)

Du Kiddy e Aluísio Alberto abrindo o Festival de luta pelas cotas na Unicamp

12h- Escola de Capoeira Angola Resistência - Mestre Topete, contribuindo para o festival com um pouco dessa importante forma de resistência do povo negro

14h- Mesa de debate "Para além das cotas: racismo institucional" que aconteceu com a presença de três estudantes negros perseguidos pela Unicamp que relataram um pouco do que significa a estrutura racista que compoe a Unicamp. Saiba um pouco mais aqui.

16h- Roda de Samba - Urucungos, que trouxe um pouco de mais uma vertente da cultura negra para fortalecer ainda mais o festival. A apresentação envolveu vårios setores que se divertiram ao apreender um pouco sobre outros costumes

Um pouco do que foi a apresentação deles

18h- Preta Rara toma o palco do Teatro de arena para poder mandar seu som sobre a realidade das nulheres negras e dar o recado que nao vamos aceitar levando os estudantes a subirem no palco junto com ela.

Um pouco do que foi o show dela

Saiba um pouco do histórico da luta pelas cotas

Na Unicamp, a luta pelas cotas está atingindo seu momento culminante com a votação no Conselho Universitário nesse dia 30 do projeto de cotas étnico-raciais. Não foi de bom grado que o órgão da universidade que melhor expõe o caráter elitista, racista e excludente da Unicamp estará votando essa pauta. Foi com muita mobilização dos estudantes da universidade que uma pauta que se enfrenta diretamente com esse projeto de universidade, muito bem representado no CONSU, chegou aonde chegou e expôs essa ferida.

Desde maio de 2016, a pauta das cotas tornou-se o epicentro da mobilização estudantil na Unicamp, quando em meio a um cenário de golpe no país, em uma assembleia histórica que reuniu milhares, esses estudantes decretaram greve e ocuparam a reitoria da universidade por dois meses com o mote “COTAS SIM! CORTES NÃO! Contra o golpe e pela educação, por permanência e ampliação”. Foi uma luta que expandiu para toda universidade o debate de acesso e permanência ligado a discussões sobre o caráter da universidade e o projeto que o sustenta, com a pauta das cotas como um passo fundamental para combatê-lo, colocando a juventude negra dentro da Unicamp para que o desafio que é transformar radicalmente o projeto de universidade pudesse ter muito mais força.

Apesar do autoritarismo da reitoria com a mobilização dos estudantes, com uma série de ameaças de colocar a polícia no campus para acabar com a ocupação e nossos métodos de luta, conseguimos arrancar da reitoria a realização de três audiências públicas que debatessem as experiências e diferentes contribuições sobre o tema das cotas no país, de modo a questionar porque universidades como Unicamp e USP estão tão atrasadas em relação a maior parte das universidades públicas de um país onde 50% da população é negra, mas apenas 15% dos estudantes da Unicamp, por exemplo, são negros. Esse debate pôde produzir um relatório “síntese” do debate junto a um projeto de cotas étnico-raciais a ser votado em um CONSU extraordinário, agendado para esse dia 30.

 
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