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VIOLÊNCIA POLICIAL
Bomba que fez estudante perder os dedos em Brasília era da PM, confirma a vítima
Bianca Coelho - Estudante de Letras USP
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Diferente da versão veiculada pelas grandes mídias, de que o jovem que perdeu os dedos havia tentado explodir um rojão contra a polícia, os manifestantes presentes no local afirmam que a bomba que provocou o acidente veio da PM, que em nota procura negar e afirma que ao “afastar qualquer dessas granadas a possibilidade do cidadão se machucar existe”.

Na grande manifestação ocorrida em Brasília no dia 24, já se contabilizam 49 feridos pela repressão policial, que não hesitou em utilizar até mesmo arma de fogo contra os manifestantes. Entre os feridos, está o jovem de 21 anos que perdeu três dedos após explosão de bomba. Segundo a PM e as grandes mídias como o G1, ele tentava atirar um rojão na polícia, e o artefato explodiu antes. Entretanto, não é essa a versão do manifestante e dos que estavam no local. De acordo com o estudante, a bomba era da polícia, e a explosão aconteceu quando tentou afastá-la com a mão.

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Em depoimento ao jornal Metrópoles, a acompanhante do estudante confirma sua versão: “Fomos atingidos e ele, no momento, tentou afastar aquela bomba que estava perto de todos ali. Infelizmente, fez isso com a mão e aconteceu o estrago”. Ela afirma que estava no alto do carro de som, logo atrás, e viu quando a PM jogou bombas na direção do grupo.

Em nota, a PM procura negar a versão: "Na operação de ontem foram utilizados instrumentos de menor potencial ofensivo para restabelecer a ordem e a paz social. Dentre esses instrumentos existem granadas explosivas (bombas) e fumígenas (com gás lacrimogêneo ou coloridas). Ao tentar afastar qualquer dessas granadas a possibilidade do cidadão se machucar existe pois como já dito anteriormente podem ser explosivas e nas fumígenas ocorre o processo de sublimação o qual possui alta temperatura. As granadas explosivas possuem dois tempos possíveis para explodir: 1,5 segundos ou 3 segundos após serem lançadas. Logo, conseguir pegar tais granadas explosivas na mão para arremessá-las contra os policiais, torna-se praticamente impossível. Caso o cidadão tenha pegado na mão uma granada fumígena, não teria como ocorrer dilaceração da mão pois não há explosão esperada".

A polícia afirma que é “praticamente impossível” conseguir pegar as bombas na mão, já que “as granadas explosivas possuem dois tempos possíveis para explodir: 1,5 segundos ou 3 segundos após serem lançadas”, o que, segundo sua concepção, inviabilizaria a possibilidade da bomba que causou o incidente ser da polícia. Entretanto, os milhares de relatos sobre a repressão ocorrida no dia 24 dizem o contrário. Bombas e balas de borracha eram arremessadas a distâncias muito pequenas, e até de cima de helicópteros, que voavam baixo para que o efeito do gás lacrimogênio se espalhasse mais rápido. Desta forma, não é nada impossível que uma bomba lançada a pouca distância possa ter causado esse ferimento.

É essa a cara do “estabelecimento da ordem e paz social” que Temer precisa para continuar implementando suas reformas, recorrendo não só à PM, mas à Força Nacional e até ao Exército. Falam de paz enquanto descarregam nas costas de milhares de trabalhadores brasileiros uma crise que não foi gerada por nós, mas sim pelos empresários, banqueiros e seus políticos aliados. Nos solidarizamos com todas as vítimas desta brutal repressão e agora, mais que nunca, é preciso fortalecer esta luta e exigir das centrais sindicais uma nova greve geral para já, que imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, a partir de comitês de base, para derrubar determinantemente Temer e todas as reformas.

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