Há tempos não se via uma manifestação tão expressiva nas favelas cariocas em oposição a violência. A alta adesão ao ato tem um significado especial na luta pela resistência num momento de ataques constantes à classe trabalhadora e à juventude negra, além do aumento da violência policial com incursões na favela, invasão das casas dos moradores e assassinatos dos moradores, que veem cada vez mais seu futuro ameaçado por uma elite econômica mesquinha e a casta política corrupta submissa aos interesses dos grandes grupos econômicos.
A violência que assola diariamente o complexo de favelas da Maré, composto por 16 favelas, tem números assustadores. Os tiroteios e operações sangrentas da polícia militar são diárias no complexo, tornando o cotidiano das pessoas numa constante incerteza marcada pelo problema estrutural do racismo e da pobreza.
O cotidiano é marcado pelo genocídio da população negra pela polícia racista e assassina. O braço forte do estado elimina os mais fracos em cadeia em nome da fantasiosa guerra as drogas, que na verdade não se trata mais do que a representação dos interesses capitalistas acima de qualquer pingo de humanidade, a pena de morte já existe no Brasil e ela tem cor e condição social: é preta e favelada. Só nesse início de ano 18 pessoas foram mortas na Maré.
A manifestação teve teor pacífico e a favela teve um dia de respiro de seu difícil cotidiano.
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