Mesmo sendo possível ouvir do plenário do tribunal o barulho de bombas, de helicópteros sobrevoando a Esplanada dos Ministérios e os gritos dos manifestantes em meio a guerra armada pelas forças repressivas de Temer, os ministros realizaram uma sessão de julgamentos como se nada estivesse acontecendo do lado de fora.
Manifestantes chegaram a se aproximar das cercas de metal que protegiam o STF gritando palavras de ordem, e ainda assim, nenhum abalo aparente para os ministros e juízes, enquanto Temer assinava o decreto que autoriza a utilização do exército para reprimir os manifestantes.
Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeado por ninguém menos que seu primo Fernando Collor de Mello, declarou "espero que a notícia não seja verdadeira" a respeito do decreto de Temer. Nenhum outro ministro comentou o assunto até o momento, podendo ser um sinal de divergências dentro do próprio STF a respeito da decisão de Temer em convocar o exército com tamanha crise de sua autoridade.
O exército não era convocado para proteger Brasília desde a ditadura militar, mas a preocupação real do STF, que está desde o começo envolvido na articulação do golpe, é como tal ação irá afetar a situação política e como isso interfere na aprovação das reformas contra os trabalhadores e a população.
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