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DISCURSO
Lula discursa sobre a injustiça sofrida, omite a luta contra as reformas e promete "consertar o país"
Leandro Lanfredi
Rio de Janeiro | @leandrolanfrdi

Depois de mais de 5 horas de depoimento Lula discursou a manifestantes em seu apoio no centro de Curitiba. O discurso de Lula, breve para os padrões do ex-presidente, esteve marcado pela negativa das acusações, mostrar-se vítima da perseguição da Lava Jato e oferecer uma alternativa eleitoral por fora dos combates contra as reformas e Temer.

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Em seu discurso negou as acusações sobre o tríplex do Guarujá e mostrou como tem sofrido perseguição da mídia e do judiciário. Ironizou a situação falando que hoje “pensei que meus acusadores iriam mostrar uma escritura”. Também jurou que nunca mentiria ao povo e, em desafio a Moro declarou que “se um dia eu tiver cometidos erros, eu quero, antes de ser julgado pela justiça, quero ser julgado pelo povo brasileiro”.

Como marqueteiros de Lula já explicaram, o ex-presidente faz uso de uma oscilação entre um tipo de discurso do “fortão” e do “fraquinho”, conforme o público e durante os mesmos discursos. Se dias atrás prometeu “se não me prenderem, talvez eu prenda eles”. Hoje, foi o “fraquinho” atacado pela mídia e por um judiciário que tomou medidas autoritárias, como o fechamento, sem provas, do Instituto Lula, proibiu manifestações e acampamentos em Curitiba. A resposta a essas medidas apareceram no discurso concentradas somente na referência não explícita a sua candidatura.

As negativas frente às acusações já eram esperadas, como também a ênfase de mostrar como “nunca ninguém foi tão perseguido como eu. A história vai contar o que fizeram com a presidente eleita Dilma Rousseff”, no entanto o que chamou muita atenção no discurso de Lula logo depois do depoimento foi a separação total que existe entre sua defesa e os interesses dos trabalhadores em derrotar as reformas de Temer.

Não fez nenhuma menção ao ato chamado para o dia 24 na capital federal, não houve menção à greve geral do dia 28 e a nenhuma medida de luta. Ao contrário, falando em nome de seu partido, das centrais sindicais e do aliado PCdoB falou “Se a elite não tem competência para consertar esse país, um metalúrgico vai”. Escancarando como o projeto eleitoral corre por cima da luta para derrotar agora os ajustes e Temer.

Como viemos opinando desde antes da consumação do golpe institucional, o qual combatemos com uma política independente do PT, para derrotar a direita que deu um golpe para aplicar ajustes mais fortes que já vinham sendo aplicados por Lula, Dilma e pelo PT, é necessária uma estratégia política independente. O PT governou assumindo os mesmos métodos corruptos de todos partidos que administram o capitalismo, buscando conciliar os interesses dos trabalhadores com a direita e com os empresários.

O PT abriu caminho para a direita e o golpe. A Lava Jato, que sempre poupa determinadas empresas imperialistas de investigação, busca substituir um esquema de corrupção por outros. Para derrubar os ajustes, Temer e derrotar o judiciário com suas medidas autoritárias é necessário tomar a luta contra as reformas em nossas mãos. É preciso construir comitês em cada local de trabalho e estudo, exigir das centrais sindicais milhares de ônibus para que sejamos centenas de milhares em Brasília dia 24, fazendo da Ocupação de Brasília parte de um plano de luta para que seja exigido dos sindicatos e centrais sindicais a organização de uma greve geral até a derrubada de Temer e das reformas.

 
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