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CONTINUAR O #28A
Organizar comitês que reúnam milhares de trabalhadores para que possamos derrubar as reformas
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Precisamos conformar comitês que reúnam não somente dirigentes sindicais mas principalmente milhares de trabalhadores e a juventude e que expressem o conteúdo de nossa batalha, que tome em nossas mãos os rumos da luta em defesa de nossos próprios direitos.

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No último dia 28 de abril, se mostrou com toda força que a etapa de lutas aberta em junho de 2013 não se fechou, ao contrário, um novo fator social entrou em cena dando peso ainda maior para a luta contra as reformas: a classe operária organizada. Foi a maior greve nacional em décadas, com participação especial do setor dos transportes que pararam de forma ainda mais vigorosa do que já havia se expressado no último 15 de março, mas também pararam bancos, escolas e fábricas de norte a sul do país. Ao invés do que a mídia defensora da ordem tentou propagandear, não havia filas enormes de trabalhadores querendo chegar ao trabalho. Foi clara a adesão à greve geral e a paralisação dos transportes públicos contribuiu enormemente para que o chamado de parar fosse atendido pelos trabalhadores de todo o país.

A produção parada se fortaleceu com os métodos tradicionais da classe operária, que tomou as ruas e formou barricadas desde muito cedo, fortalecendo a ideia de que podemos derrotar as reformas e ainda mais, que podemos derrubar o governo golpista de Temer, que atinge níveis históricos de rejeição popular, e tomar os grandes problemas do país em nossas mãos.

Ainda assim, se expressou no dia 28 o enorme controle das burocracias sindicais, acostumadas a fazer luta de pressão, que não podem dar vazão aos elementos espontâneos e um ativismo controlado, que pela vontade das grandes centrais sindicais deve desembocar em acordos e negociatas de nossos direitos. Nem terminava nossa paralisação histórica e a Força Sindical falava em buscar Temer para negociar uma “reforma civilizada”, indicando que algumas pequenas alterações e garantia de manutenção do imposto sindical e eles abandonariam a luta. A CUT declarava esperar que os senadores ouvissem os trabalhadores. Nenhuma continuidade foi traçada. Cada dia que perdemos em nossa organização ganha Temer e os capitalista. Podemos e devemos nos preparar urgentemente.

Não lutamos para chegar a um acordo “menos pior” que permita aos capitalistas seguirem lucrando às custas da super-exploração, acabando com a aposentadoria e direitos trabalhistas, mas sim para preparar um enorme greve geral até derrotar as Reformas e Temer. Qualquer movimentação que não sirva a esse objetivo, servirá para negociar uma reforma mais “light” e legitimar uma saída pelas vias institucionais, tirando das mãos de Temer a aplicação dos ataques e colocando essa tarefa de volta para as mãos de Lula e o PT.

Assim, as centrais sindicais dirigidas pela CUT, mostram sua estratégia eleitoral que se sintetiza na consigna de “Lula 2018” e para concretizar essa demanda freiam qualquer iniciativa espontânea das massas. Sem um plano de luta de combate, as centrais vão se dirigindo ao caminho de pressionar os parlamentares a não votarem nas reformas e “conquistando” concessões que não mudarão o curso dos interesses capitalistas.

Com interesses distintos, CUT e Força Sindical atuam contendo a luta contra os ataques, por isso, hoje, mais do que nunca a necessidade da organização independente dos trabalhadores é vital para garantir a manutenção de nossos direitos e ir por mais.

Os trabalhadores precisam seguir mobilizados e transformar a indignação e raiva dos ataques do governo em organização independente, batalhando pela auto organização de nossas forças. A organização desde a base em cada categoria, por local de trabalho e estudo é a única forma de colocar o interesse do conjunto dos trabalhadores acima de qualquer negociata das centrais com o governo e patrões.

Assim, a partir de assembleias em cada fábrica, escola, nos bairros e nos setores do transporte, precisamos conformar comitês que reúnam não somente dirigentes sindicais mas principalmente milhares de trabalhadores e a juventude e que expressem o conteúdo de nossa batalha, que tome em nossas mãos os rumos da luta em defesa de nossos próprios direitos.

Para vencer é preciso tomar a luta em nossas mãos, combatendo a luta de pressão e armando enormes batalhas de classe. Nesse sentido é necessário, coordenar a batalha nos locais de trabalho, com um plano de lutas nacional exigindo das centrais sindicais um Encontro Nacional de Delegados de Base, que reflita como devemos seguir o combate.

Organizados desde a base podemos dizer que não aceitaremos nenhuma mentira vinda dos poderosos e nem mesmo iremos referendar um novo representante para atacar nossos direitos. Poderemos impulsionar os elementos que estavam presentes no 28A para preparar uma greve geral que possa derrubar as reformas e o governo.

Nossa batalha começa por reunir milhares de trabalhadores. Precisamos tomar em nossas mãos os rumos do movimento. E podemos vencer.

 
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