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#28A
O trabalhador volta à cena no RJ: preparemos a greve geral que derrube as reformas e Temer!
Jean Barroso

No Rio de Janeiro, os trabalhadores também entraram com peso na paralisação deste histórico 28 de abril, mostrando que no Rio também tem vontade e força para organizar uma greve geral que derrube as reformas e Temer.

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O foco da mídia burguesa, obviamente, girou em torno das manifestações e cortes de rua, uma estratégia deliberada da imprensa golpista defensora das reformas, de tentar ao máximo esconder o peso da Greve, mas que é uma tentativa ridícula se compararmos as manchetes da Globo com as dos jornais internacionais.

Não seja por isso, o Esquerda Diário traz aos trabalhadores este resumo do que foi paralisado, à seguir:

No transportes, o destaque foi para as Barcas S/A, que transportam dezenas de milhares todos os dias de Niterói e principalmente São Gonçalo ao Rio de Janeiro. Com piquete ativo que durou até a tarde, junto ao bloqueio da ponte Rio Niterói, pode-se dizer com certeza que ninguém conseguiu atravessar a baía da Guanabara até a tarde de 28A, e mesmo no lado de Niterói, o comércio em torno das barcas só começou a abrir às 11h da manhã, assim como o comércio do centro do Rio que permaneceu o dia todo num ritmo desacelerado. Trabalhadores em greve paralisavam a rodovia do lado de lá, cortando também o acesso de São Gonçalo e Itaboraí.

Trabalhadores das Barcas piquetam o transporte em sua adesão à greve geral.

Trabalhadores de Niterói bloquearam a ponte no 28A.

Os ônibus enfrentaram grande pressão da patronal, que na última greve reprimiu e demitiu dezenas ou talvez centenas de trabalhadores, e por isto este setor só para com uma forte organização de piquetes e apoio de outras categorias. Mesmo assim, os BRT tentaram parar, e a linha TransOlímpica, que vai de Madureira até Alvorada passando por toda Zona Oeste, foi bem sucedida nesta tentativa durante algumas horas do início do dia. Outro transporte que paralisou foi a Linha 1 do VLT, trem que vai do Aeroporto à rodoviária e à praça Tiradentes.

Na indústria, grande peso em paralisação na Petrobrás e na CSN em Volta Redonda. A Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, maior indústria de siderurgia da América Latina, somou-se ao dia histórico com milhares de operários da fábrica cruzando os braços.

Os trabalhadores da Petrobras fizeram o mesmo em praticamente todas plantas do Estado do Rio, inclusive com embarcados aderindo. Piquetaram a sede no centro do Rio, fizeram bloqueio na Washington Luís (Reduc, em Caxias) e bloquearam a BR- 393 em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense aonde se produz grande parte do Petróleo nacional. Os trabalhadores embarcados nas plataformas participaram da greve cumprindo apenas funções de “habitabilidade” como manutenção dos serviços de água e energia nas plataformas. O nível de adesão dos trabalhadores do petróleo neste 28A foi superior ao da importante greve de 2014 e o maior movimento nacional em adesão e coesão desde 1995, uma participação histórica da categoria que já expressava essa força nas decisões de paralisação nas assembleias com unanimidade. Segundo informações do sindicato a greve contou com a paralisação de 29 unidades de trabalho.

Trabalhadores portuários fecham a entrada da Ponte Rio-Niterói.

Além destes, portuários do Rio paralisaram o porto, outro setor estratégico da economia aonde passam grande fluxo de mercadorias. A paralisação do outro lado ponte no sentido Niterói-Rio, foi protagonizada pelos trabalhadores portuários e estivadores cariocas, junto a diversos setores da esquerda, que contamos aqui

Veja as imagens da brava resistência dos trabalhadores à repressão da Tropa de Choque:

Entre professores da rede pública estadual e municipal, foi o maior momento de mobilização após a greve de 2016, um dos maiores dos últimos anos, atingindo as redes estadual, municipais e escolas privadas, mesmo com os riscos de levar falta e punições, que vem sido aplicadas sempre, na paralisação deste dia. E junto com estes, os estudantes de diversas escolas também aderiram, ou até votaram paralisar também.

Servidores e professores das universidades Federais e estaduais também pararam tudo, assim como do Colégio Pedro II também com adesão dos estudantes. A educação parou com tudo, com adesão e participação massiva dos estudantes.

Trabalhadores Bancários e Ecetistas (correios) também entraram em greve neste 28 A. No funcionalismo federal, estadual e municipal, um setor com peso especial no Rio, a adesão foi massiva nas mais diversas categorias.

Além disso houve o bloqueio no Aeroporto Santos Dumont, causando o cancelamento de alguns vôos até o momento em que o piquete foi reprimido pela PF. Em rodoviários, tiveram que fazer muitas ameaças e assédio moral para impedir a greve, numa típica ação de capitalistas mafiosos como a família Barata. Nós do MRT, junto a independentes da Faísca, pudemos ver nos piquetes que havia disposição para parar mas o sindicato não organizou devidamente a greve e os ônibus saiam em base à ameaças de todo tipo.

O Rio entrou em sintonia com a grande paralisação nacional que é a maior em décadas

Mostrou-se o peso que tem os trabalhadores neste estado que vem sofrendo antecipadamente os efeitos da crise na vida da classe trabalhadora, aonde trabalhadores, em especial os negros, sofrem com o trabalho precário, reprimidos pela polícia nas favelas, trabalhando sem receber no funcionalismo público, ameaçados pelo patrão todos os dias com a possibilidade do desemprego.

E mesmo com tudo isto, esta classe ainda carrega a cidade nas costas, por isso os trabalhadores mostraram disposição e colocaram tudo para fora no 28A.

Foi por medo dessa força, que se expressaria de tarde num ato com dezenas de milhares, que o governo Pezão, capacho do Temer, respondeu com uma repressão brutal para evitar qualquer concentração massiva.

Mais que isso, o 28A mostrou que é possível desde já lutar para derrubar as reformas e Temer, mas para isso é necessário um plano de lutas que deve ser cobrado das Centrais Sindicais, para preparar uma greve geral com este objetivo. O Rio precisa estar na linha de frente dessa luta, pois é aqui onde a crise econômica está mais grave, os maiores índices de desemprego, os esquemas de corrupção até agora descobertos dos mais fraudulentos e onde estão passando ataques mais fortes, como a privatização da CEDAE que anunciou-se que seria a única forma de pagar os salários que seguem atrasados.

Precisamos tomar nas nossas próprias mãos esta luta, para que não fiquemos reféns da vontade das altas cúpulas das Centrais Sindicais que preparam uma negociação por nossas costas. Por isto, impulsionemos em comitês de organização para preparar a greve geral em cada local de trabalho e estudo! As direções sindicais burocráticas vão negociar traições se não avançamos para ter o controle das lutas. Aqui houve absurdos como em garis, onde sequer foi convocado assembléia, ou na CEDAE, onde o sindicato chamou uma assembléia já quando era tarde para que se organizasse. Para ampliar essa mobilização na base, é fundamental que os parlamentares do PSOL, em especial Freixo pelo seu peso, coloquem sua bancada a serviço de impulsionar pela base esses comitês para que sejam repletos de centenas e milhares de ativistas em cada lugar.

Nós do MRT vamos colocar todos esforços no desenvolvimento desses comitês. Na UERJ, no curso de Serviço Social onde fazemos parte da gestão do Centro Acadêmico, impulsionamos uma mesa que reuniu mais de 100 pessoas (cerca de 20/25% do curso) para discutir os ataques. Agora vamos organizar um grande Encontro em defesa da UERJ e contra as reformas que vai reunir centenas. Essa é a perspectiva que devemos adotar em cada lugar.

Nem Lula 2018 nem eleições gerais, por uma Constituinte que imponha anulação dos ataques e para que os capitalistas paguem pela crise

Há direções, como o PT, a CUT e CTB, que querem conduzir nossa luta para o beco sem saída das negociações por cima, pelas costas dos trabalhadores, e que dizem Fora Temer mas que na verdade tem um conteúdo de Lula 2018. Não podemos deixar na mão dos partidos capitalistas, dos seus representantes no congresso ou no judiciário, que sigam tentando impor a crise aos trabalhadores, e para isso modificando a constituição para retirar direitos conquistados no último século de nossa luta. Outros setores da esquerda independente do PT, como o PSOL, levantam diretas já, ou eleições gerais, que não pode significar uma saída de fundo, pois não basta trocar os jogadores sem mudar as regras do jogo desse regime podre.

A eleição que é necessário é para uma assembleia constituinte livre e soberana, que mude todo o país e seja capaz de enfrentar essa crise, em primeiro lugar anulando todas as leis reacionárias votadas por Temer, Dilma, Lula e FHC e em seguida decida um plano operário e popular para responder a crise atacando o lucro dos capitalistas ao invés dos trabalhadores, à começar por dividir as horas de trabalho pelo número de pessoas disponíveis para trabalhar para resolver o problema crônico do desemprego que chegou a 14 milhões este mês.

Suspendendo o pagamento da dívida pública e estatizando os bancos para se ter créditos para saúde e educação, pagar os servidores e melhorar o atendimento nos hospitais, além de financiar o pequeno produtor. Colocando as grandes empresas nacionais sob o a administração democrática dos trabalhadores.

Contra a corrupção que assola o estado, somente com a administração democrática dos trabalhadores será possível, por exemplo, que a Odebrecht sirva para construir moradias populares e um plano de obras públicas que empregue a massa de desempregados do estado, ou que os lucros da Petrobrás sejam colocados à serviço dos trabalhadores e do povo pobre, por exemplo melhorando o saneamento e a distribuição de água em uma CEDAE que também deve ser 100% estatal sob controle dos trabalhadores. E na política, dando um basta na corrupção impondo que todo político ganhe o mesmo que uma professora, sem privilégios, e que seja revogável à qualquer momento por aqueles que o elegeram. Estas são algumas propostas que defendemos pautar em uma Constituinte democrática, Livre e Soberana, que levantamos no marco da luta por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

 
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