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CRISE
Hospital São Paulo ameaça fechar as portas
Redação

Nos primeiros 17 dias de suspensão de atendimentos por causa de uma crise financeira, o Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista, deixou de atender cerca de 14,2 mil pacientes em seu pronto-socorro e ameça fechar mais serviços caso o Ministério da Saúde não destine verba extra ao custeio da instituição.

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Com uma dívida estimada em R$ 160 milhões, a direção do hospital anunciou no dia 30 de março que fecharia o pronto-socorro, mantendo apenas o atendimento dos casos de urgência. As internações e cirurgias eletivas também foram suspensas por tempo indeterminado.

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira(19), os gestores da unidade informaram que a média de atendimentos diários no pronto-socorro caiu 56% no período, passando de 1.137 para 499. O número de cirurgias caiu 18% e 461 pacientes entraram na fila de espera por internação desde o dia 30 de março, lista que já acumula 7 mil nomes.

O diretor-superintendente José Roberto Ferraro e outros membros da direção já tiveram três audiências com o ministro da Saúde, Ricardo Barros e, na última, solicitaram um aporte extra de R$ 1,5 milhão por mês (R$ 18 milhões por ano) para poder retomar os atendimentos. Segundo Ferraro, no entanto, o ministro teria sinalizado que uma possível solução para o hospital seria reduzir o número de atendimentos feitos. "Ele nos questionou por que temos tantos pacientes na lista de espera, falou para não atendermos pessoas que não são da nossa região. Mas isso é impossível se você é um hospital porta aberta", disse Ferraro. "Eu acho um absurdo um gestor de saúde pedir para um serviço diminuir os atendimentos", opinou.

A direção do hospital afirmou que, caso a verba federal extra não seja aprovada, há o risco de outros setores e ambulatórios do hospital fecharem as portas. "Não sei quanto o hospital aguenta", afirmou Ferraro.

Atualmente a instituição, que integra a Unifesp (Universidade Federal de SP)
recebe R$ 175,1 milhões por ano, mas desde 2012 acumula dívidas de cerca de R$ 30 milhões por ano. O motivo seria o aumento de 58,9% no atendimento na comparação entre 2010 e 2016 – subindo de 236.641 pessoas para 376.006–, mas com a mesma quantia de repasse desde 2010.

O presidente da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), Ronaldo Ramos Laranjeiras, entidade que administra o hospital, disse que a instituição deve R$ 149 milhões a bancos e R$ 11 milhões a fornecedores. "O que estamos pedindo não é para pagar dívidas, mas um dinheiro relativamente pouco para o hospital se manter". Laranjeiras diz que a direção não consegue mais negociar empréstimos ou prazos com fornecedores e afirma que, embora a crise do hospital venha de pelo menos cinco anos, a situação tornou-se ainda mais preocupante agora porque o hospital não tem mais condições de se endividar. "Já temos R$ 149 milhões de dívidas com bancos. Eles não nos emprestam mais. Não temos outra possibilidade de financiamento", afirmou.

Questionado, o Ministério da Saúde disse em reunião no último dia 3, que o ministro solicitou aos gestores do hospital informações sobre a situação financeira e quantidade de atendimentos realizados para, a partir desse levantamento, analisar "soluções conjuntas com as secretarias de saúde do Estado e da capital para garantir a assistência da população".

A direção do hospital afirmou que já enviou ao governo federal os dados pedidos há cerca de uma semana e aguarda posicionamento sobre a possibilidade de receber novos repasses.

Mais uma vez, são os trabalhadores aqueles que sofrem e pagam com suas vidas pela crise criada pelos capitalistas.

 
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