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PALOCCI NA LAVA JATO
Palocci se oferece para delações, Moro não parece se interessar
Redação

O ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) usou seu seu interrogatório na Operação Lava Jato nessa quinta para fazer uma oferta enigmática ao juiz Sérgio Moro: o petista sugeriu entregar informações "que vão ser certamente do interesse da Lava Jato".

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Palocci declarou, ao final do depoimento que fica "à sua disposição hoje e em outros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o sr. quiser. Se o sr. estiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o sr. determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente do interesse da Lava Jato."

Palocci surpreendeu o magistrado ao derramar elogios à operação Lava Jato, que levou para a cadeia ele próprio e outros quadros expressivos do PT. O ex-ministro, preso desde setembro de 2016, disse que a Lava Jato "realiza uma investigação de importância".

Palocci foi interrogado em ação penal sobre lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras. Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos executivos da Odebrecht "um amplo e permanente esquema de corrupção" destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal.

O Ministério Público Federal aponta que no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras, Palocci interferiu para que o edital de licitação lançado pela estatal e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado de forma a garantir que a Odebrecht não obtivesse apenas os contratos, mas que também firmasse tais contratos com margem de lucro pretendida.

Moro não pareceu dar muita atenção às novidades que Palocci teria para dizer e abrir novos flancos na Lava Jato. A mídia ainda que fale sobre o trecho com destaque não parece ainda estar erguendo um grande espetáculo sobre o assunto. A instabilidade e novos impactos na operação que poderiam gerar essas novas revelações dependem justamente desses fatores, a vontade política dos agentes do judiciário e o espetáculo midiático. A Lava Jato e seus atores da Republica de Curitiba estariam desinteressados em investigar novos setores como telefonia, mídia e sistema financeiro, dos quais Palocci poderia dar informações? Seria coincidência que esses setores não estão conformados justamente pelas grandes empresas nacionais que jogam no mercado mundial, as quais como Petrobras e Odebrecht a Lava Jato vem detonando sistemática e impiedosamente para favorecer os interesses das grandes multinacionais imperialistas?

Como sempre na Lava Jato, tudo se seleciona, se mostra com o devido cuidado, se investiga quando importa e pune muito pouco. As revelações que Palocci teria estão nesse engodo dos grandes interesses empresariais que envolvem a operação que não serve em nada a um combate real a corrupção ou oferece calque saída para a cise que não seja mais ajustes contra os trabalhadores.

 
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