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PENÍNSULA COREANA
A frota dos Estados Unidos contra Coreia do Norte foi um blefe
Salvador Soler

Nesta quarta-feira foi confirmado que o porta-aviões nuclear USS Carl Vinson e sua frota não tinham como destino a Coreia do Norte, como foi anunciado por Donald Trump, mas sim iam rumo Austrália para exercícios militares.

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Uma mentira ao mundo

A frota que os Estados Unidos anunciou que se dirigia rumo à península da Coréia manteve outro rumo para se dedicar a manobras militares conjuntas com Austrália. Nesse sentido, foi evidenciado que o envio da frota de guerra liderada pelo USS Vinson até a península de Coréia foi uma mentira ao mundo. Nestes momentos é o fato mais vergonhoso da administração Trump nos seus primeiros três meses. O objetivo desta frota era demostrar forças perante a Coréia do Norte para pressioná-la a abandonar o seu programa nuclear.

O engano foi coordenado. O almirante Harry Harris anunciou que o porta-aviões nuclear Carl Vinson e sua poderosa frota de guerra, dirigiam-se desde Singapura para Coreia. Era o 8 de abril, 2 dias antes os Estados Unidos tinha bombardeado o regime sírio, e três dias depois lançou a "Mãe de todas as bombas" no Afeganistão. A operação acontecia ao tempo que o vice-presidente estadunidense, Mike Pence, viajara pra Coréia do Norte e pro Japão para reafirmar suas alianças estratégicas com esses países, declarando que "a época da paciência estratégica está terminando". Da mesma forma, nesta segunda no Japão, Mike Pence, afirmou que seu país tratará de "colocar conforme à comunidade internacional" para "aplicar mais pressão diplomática e econômica" sobre Coréia do Norte para assim conduzi-la à desnuclearização.

No entanto, o dia 11 de abril, o Secretário de Defesa James Mattis confirmou publicamente a missão, e no dia seguinte o próprio presidente insistiu em que tinha sido enviada "uma poderosa armada".

A tensão na península foi aumentando e o mundo começou a tremer. A frota estadunidense aproximava-se da Coreia do Norte bem antes do 15 de Abril, data na qual seria comemorada com um gigantesco desfile militar pelo 105º aniversário do nascimento do fundador do regime, Kim Il-Sung.

Choe Ryong Hae, considerado o número 2 do regime, adivertiu que Coréia do Norte responderia a qualquer ameaça dos Estados Unidos e acusou o Trump de "criar uma situação de guerra" na península coreana enviando tropas estadunidenses na região. "Responderemos a uma guerra aberta e a uma guerra nuclear com um ataque nuclear com nosso estilo", afirmou.

Kim In Ryong, o embaixador norte coreano na ONU, declarou que "o aumento de embates com os Estados Unidos cria uma situação perigosa na que uma guerra termonuclear pode explodir em qualquer momento. "se Washington optar por uma ação militar, estamos preparados para reagir ante qualquer tipo de conflito".

O efeito dissuasivo que buscava Trump revelou as contradições da Ásia Oriental. O detalhe foi que o porta-aviões encontrava-se naquele momento a 5,6 mil quilômetros da Península da Coréia e navegava em direção ao Índico. Seu objetivo era participar em manobras militares com a Austrália.

Mesmo com ao aumento da tensão e dos queixas internacionais, incluídas as de Beijing, Washington não emitiu comunicado nenhum. Foi revelado a partir da própria frota estadunidense ter feito públicas nesta segunda uma séria de fotografias tomadas no dia anterior da embarcação atravessando o Estreito da Sonda, entre Java e Sumatra. Há mais de 5 mil quilômetros do seu suposto destino.

Todavia, algumas fontes militares tem explicado que "não foi corrigido a tempo o itinerário da frota, inicialmente fixado para as manobras conjuntas, mas que estava previsto depois partir ao destino coreano". Outras fontes tem apontado que "quis dar tempo para a China pressionar Pyongyang e foi decidido não suspender os exercícios com a Austrália". De qualquer forma, o porta-aviões, esta vez sim, está se dirigindo rumo à Península da Coreia. Supostamente vai chegar na próxima semana.

A resposta Chinesa

China reclamou. Advertiu que tais "provocações" podem se tornar um problema para a região

"Temos reiterado uma e outra vez que todas as partes tem que trabalhar juntas para que a tensão se dissipe, no lugar de usar provocações, porque a provocação não poderá conseguir os objetivos propostos", afirmou hoje na conferência de imprensa o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chines, Lu Kang, comentando os acontecimentos.

"Uma vez que a guerra começar, se perde o controle", adivertiu o porta-voz de assuntos exteriores, que também criticou o regime da Coréia do Norte por suas ameaças de continuar com a periodicidade semanal de provas de mísseis sejam ou não nucleares.

"China está muito preocupada sobre o desenvolvimento da situação", respondeu Lu às ameaças de Pyongyang, para pedir posteriormente a todas as partes que "trabalhem juntas e tomem ações concretas que aliviem as tensões".

O ataque contra território do Afeganistão, da mesma forma que o bombardeio sobre a base aérea síria, mostrou que o poderio militar estadunidense é utilizado de forma unilateral para reafirmar a liderança mundial dos Estados Unidos. Por enquanto parece que o caráter do uso das forças militares é dissuasivo. Ainda que isto pode levar a conflitos militares não desejados.

 
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