A mudança de data na comissão especial não muda o objetivo do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) de votar em plenário este ataque contra a aposentadoria até o dia 8 de maio. O adiamento da votação foi um pacto entre a oposição e o governo e para isso a oposição (PT, PCdoB, REDE e PSOL) se comprometeu em não apresentar requerimentos de obstrução que adiariam o início das votações.
Na mesma semana em que seu índice de aprovação chegou a um dígito, o presidente golpista disse que os ajustes feitos no texto original estão em “consonância com as aspirações populares”. As mudanças ocorreram após deputados ouvirem suas bases e repassarem as demandas da população ao governo. “Os parlamentares, em suas adequações, atendem, como é a nossa intenção, precisamente aqueles mais vulneráveis.”
Pura demagogia do governo Temer, que busca dar um mínimo de legitimidade as suas reformas. A reforma da previdência atende ao interesse da burguesia, que quer trabalhemos até morrer para bancar seus lucros. Como já foi abordado aqui, não existe défit na previdência, o que temos é um governo corrupto até a medula e uma dívida pública espúria que drena os recursos dos nossos impostos para o bolso dos banqueiros.
Nenhuma apreciação da casta de políticos na câmara pode atender nossos interesses. A maior força da classe trabalhadora contra a reforma da previdência e a reforma trabalhista está nas greves e na capacidade de parar a produção e mudar a situação política nacional. O dia 28, quando as centrais sindicais convocam uma paralisação geral, deve ser uma parte importante dessas lutas.
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