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IMPUNIDADE
Lista de Fachin reacende discussão sobre caixa 2 e impunidade
Julia Rodrigues

A abertura do inquérito, ou a chamada "lista de Fachin", contra 108 políticos e autoridades, reacendeu as discussões sobre Caixa 2 e impunidade. Entre os acusados estão 9 ministros de Temer, 24 senadores, 42 deputados, 3 governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Quando o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal federal (STF), determinou a abertura do inquérito, ou a chamada "lista de Fachin" contra 108 suspeitos, por uma série de crimes eleitorais, entre eles 8 ministros de Temer, 24 senadores, 42 deputados, 3 governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e outros 24 políticos e autoridades que não possuem foro privilegiado, as discussões sobre impunidade do caixa 2 voltaram com força. Isto porque uma grande parte dos citados nas delações da Odebrecht, que levou a abertura dos inquéritos, são suspeitos de caixa 2.

Outros crimes que aparecem no inquérito são corrupção, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Tanto a grande mídia, como os políticos e os membros do Judiciário, tentam minimizar o crime de caixa 2, chegam ao absurdo de trata-lo como se fosse uma prática aceitável.

Ano passado, em meados de novembro, momento no qual a Câmara estava prestes a votar as “Dez medidas anti-corrupção”, os partidos fizeram acordos para tentar anistiar todos os crimes de caixa 2 cometidos antes da aprovação das medidas. Mediante o escândalo da situação, no qual a casta política realçou todos os seus privilégios e expôs o que há de pior nos conluios parlamentares, gerando ainda mais repúdio da população contra essa casta, a anistia foi retirada das medidas.

Em março o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, saiu em defesa de Aécio Neves, também amenizando o crime de caixa 2. Na época ele afirmou: “Ademais, independentemente do noticiário de hoje [se referindo a grande mídia] tratar como iguais situações diferentes, não é o caminho para se conhecer a realidade e poder mudá-la.”, numa tentativa de afirmar, com outras palavras, que tudo bem praticar caixa 2, há outros crime eleitorais mais importantes.

Em matéria publicada hoje no Estadão sobre o crime de Caixa 2, o jornal afirma “O crime de caixa 2 é menos grave do que a lavagem de dinheiro e a corrupção”.

Segundo o mesmo jornal, 37% dos citados terão que se defender da acusação de caixa 2. De fato essa é uma prática comum entre os políticos eleitos, assim como a corrupção, lavagem de dinheiro, compra de votos, e tantas outras.

Pura demagogia e engodo político da mídia, de FHC, do STF, que publicamente apoiam leis para tornar crime a prática e endurecer as penas, e por trás fazem acordos para garantir a impunidade. O próprio Gilmar Mendes, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STE), afirmou em março que não havia problema em receber caixa 2 para financiar campanha, mesmo sendo ilícito, não teria tanto problema quanto se fosse para enriquecimento próprio, e por isso não seria um caso de corrupção. Ou seja, até quem julga os crimes está a favor da impunidade.

A mídia mesmo em posse das delações é seletiva em relação ao que vai divulgar ou não, principalmente quando se trata de qual será o alvo da vez. Assim como também, o Judiciário é arbitrário no julgamento dos casos. Se por um lado a mídia e a justiça afirmam ser casos de caixa 2 sem corrupção, não há como ter certeza e precisamos “confiar” em poderes conhecidos por vazar seletivamente e manipular informações. Por isso lutamos e exigimos que todos os casos de corrupção e crimes eleitorais sejam julgados por júri popular, colocando fim ao foro privilegiado. Todas as informações sobre os processos sejam públicas e os corruptos tenham seus bens confiscados, o dinheiro retorne aos cofres públicos e seja investido em saúde, educação, lazer e cultura.

 
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