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CAMPANHA
MRT lança campanha “Que os capitalistas paguem pela crise”
Redação
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Temer, o legislativo e o judiciário – sem falar nos seus aliados da imprensa patronal – estão numa cruzada para arrancar direitos dos trabalhadores e da juventude, cortar gastos em direitos sociais e fazer de tudo para que sejamos nós a pagar os custos da crise que criaram. Nós do MRT queremos debater com todos os leitores do Esquerda Diário por meio dessa campanha, a necessidade de lutar por medidas que façam com que sejam os capitalistas que paguem os custos da crise.

A crise econômica não começou ontem, ela vem com suas idas e vindas pelo menos desde 2008, e fez com que os governos investissem bilhões de dólares, nos EUA por exemplo, para salvar os banqueiros e especuladores que lucraram milhões com seus negócios fraudulentos nas décadas anteriores. Também desencadeou processos de luta e resistência dos trabalhadores e da juventude muito importantes em todo o mundo, como a primavera árabe, as lutas estudantis no Chile e, aqui no Brasil, as jornadas de junho de 2013 e a onda de greves de 2014.

Mas foi somente em 2015 que o Brasil começou a sentir com força os efeitos da crise. Queda no preço do petróleo e das commodities, duros impactos na economia chinesa que ecoaram aqui. Como em todos os lugares do mundo, os capitalistas tomaram suas medidas para que continuassem lucrando milhões, mesmo durante a crise, e tratar de descarregar todos os custos sobre os ombros dos trabalhadores e do povo pobre.

Os ataques começaram ainda no governo Dilma, com cortes na educação e outras áreas sociais. Mas não foram suficientes para os patrões, que queriam impor de fato uma mudança drástica na vida dos trabalhadores para continuarem a enriquecer. Por isso, veio o golpe institucional que colocou Temer na presidência. E, com isso, ataques de proporções históricas foram colocados na agenda do governo.
A PEC 55 que cortou na saúde e educação por 20 anos; a reforma do ensino médio, para passar um trator na educação; a terceirização irrestrita, para precarizar ainda mais milhões de postos de trabalho. A bola da vez é a reforma da previdência, um dos maiores ataques. Mas também já estão sendo planejados outros, como a reforma trabalhista.

As disputas dos "de cima" estão a todo vapor, para ver quem e como conduzirá os ataques. A lista de Fachin recém-revelada inclui nomes do primeiro escalão do governo, líderes das casas parlamentares, petistas do alto escalão, mas poupa outros delatados, como Geraldo Alckmin, a critério dos interesses particulares de Fachin. As ameaças que pairam sob o governo Temer são também o "bafo na nuca" dos patrões sedentos por ataques, mostrando a ele que, se não fizer a lição de casa, pode seguir pelo mesmo caminho de Dilma.

Os grandes monopólios de comunicação, como não poderia deixar de ser, estão fazendo de tudo para vender a ideia de que “não há outra saída”, que é necessário “engolir o remédio amargo” para poder fechar as contas. O que eles não dizem é que o remédio amargo é só para os trabalhadores. E nem para onde vai todo o orçamento do país e o trabalho que nos é roubado pelos patrões a cada dia.

Em primeiro lugar, escondem que quase metade do orçamento do país é usado para pagar a dívida pública, uma verdadeira bola de neve que só aumenta cada vez mais e suga o dinheiro que deveria ir para atender nossas necessidades, e jamais terá fim. Esse dinheiro só serve para enriquecer os especuladores milionários, proprietários dos títulos da dívida. Vai diretamente pro bolso dos capitalistas. Por isso, propomos o fim do pagamento dessa dívida. Isso, e somente isso, já seria muito mais do que todos os direitos que querem nos cortar, garantir a nossa aposentadoria, que eles afirmam ser culpada pela crise.

Estatizemos os bancos bilionários, que são os grandes beneficiários desse roubo e recebem todo tipo de favores dos políticos, lucrando em cima da miséria dos trabalhadores e do povo.

Outra medida imediata que tiraria dos lucros para reverter em serviços públicos seria o imposto às grandes fortunas. No Brasil, são os pobres que pagam mais impostos, e os capitalistas mantém suas fortunas de milhões ou bilhões intocadas. É necessário taxar radicalmente esses milionários, suas mansões, seus iates, seus helicópteros, suas inúmeras propriedades. Arrancar seus luxos para garantir nosso direito à educação, saúde, moradia, saneamento, transporte.

Ao longo das últimas décadas, os políticos patronais, fiéis defensores dos capitalistas, avançaram em transformar nossos direitos em mercadorias, privatizando os serviços públicos para que fossem mais uma forma dos empresários encherem seus bolsos nos assaltando cotidianamente. O desastre em Mariana foi uma amostra do que isso representou, um fruto da privatização da Vale do Rio Doce a preço de banana nos anos 1990.

Agora, no Rio, a aprovação da privatização da CEDAE, uma empresa estatal lucrativa, é mais uma demonstração de que eles não pretendem parar até que tudo, absolutamente tudo (como quer João Doria em São Paulo) seja uma mercadoria. Lutamos pela re-estatização de todas as empresas, sob controle dos próprios trabalhadores. Só assim podemos acabar com as estatais como nichos de corrupção e negociatas podres como foi feito com a Petrobrás. E que todas as empresas envolvidas nos esquemas de propinas, como a Odebrecht, sejam também estatizadas sob controle dos trabalhadores. Isso fará com que essas empresas estejam, de fato, a serviço de nossas necessidades.

Frente à redução dos lucros, os patrões impõem as demissões e o desemprego em massa como forma de salvar suas fortunas, deixando famílias passarem fome, sem dinheiro para pagar sequer o aluguel. Cinicamente, dizem que a retirada de direitos, com a terceirização e a reforma trabalhista, são formas de gerar novos empregos. Querem que trabalhemos cada vez mais, ganhando cada vez menos (e sem poder nos aposentar jamais). Não podemos aceitar. Nesse momento, são os lucros milionários deles que tem que garantir a criação de empregos para todos. E para esse fim, é necessário reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários, dividindo as horas de trabalho entre todos os braços – dos trabalhadores empregados e os que hoje estão desempregados. Assim, com jornadas de trabalho de 30 horas semanais, com a efetivação de todos os trabalhadores terceirizados com iguais direitos e salários, podemos garantir emprego.

É claro que nenhuma dessas medidas, perfeitamente aplicáveis de forma imediata, será aceita pacificamente e de boa vontade pelos capitalistas, que defenderão com todas as forças os seus imensos privilégios e fortunas. Por isso, temos que nos organizar. Temos que discutir com cada colega de trabalho, levar às escolas e universidades essas ideias, mostrando que é, sim, possível uma saída nossa, defendendo os nossos direitos, para a crise que os capitalistas e seus governos criaram. Realizando assembleias, criando comitês de mobilização, temos que exigir de nossos sindicatos – hoje tomados por parasitas que passam longe dos interesses dos trabalhadores – que se coloquem a serviço de lutar por esses direitos, por uma saída de fundo. Em todo lugar, sabemos que os trabalhadores estão pensando e discutindo que já passou da hora de parar tudo, e passou mesmo. Nos organizemos para lutar por essa paralisação efetiva no dia 28 de abril, e impor às centrais sindicais que a luta tem que se aprofundar, com a construção de uma greve geral de verdade, o que colocaria os capitalistas de joelhos sem ter os trabalhadores para produzir seus produtos, transportá-los, vendê-los, entre todas as funções sociais que somos nós que cumprimos, e não eles, nem seus governos ou sua polícia.

É somente essa força social que pode dar um fim a esse regime político apodrecido e corrupto, que com suas disputas entre os poderes - todos igualmente contra nós - estão apenas vendo como melhor nos atacar em benefício dos patrões. A consequência de nosso combate de classe por essas medidas deve ser uma incansável luta para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde possamos lutar para eleger nossos próprios representantes e debater a fundo nossas necessidades. Acabar com os privilégios dos políticos e dos juízes, e lutar por um governo dos trabalhadores que atenda nossas demandas.

Temer gasta milhões para vende o peixe podre das suas reformas e uma campanha como essa é fundamental para pode combatê-lo. A esquerda em seu conjunto deve tomar a tarefa de construir essa luta, organizando desde as bases, construindo assembleias e dando exemplos que possam dobrar a burocracia das centrais sindicais e obrigá-los a estar efetivamente em meio à luta.

É com essa perspectiva que nós do MRT lutamos em cada local de trabalho e estudo que estamos, com os companheiros que conosco constroem o Nossa Classe, a juventude Faísca e o grupo de mulheres Pão e Rosas, organizando trabalhadores a juventude para levar adiante essas demandas. Te chamamos a vir conosco, porque somente unida nossa classe pode vencer.

 
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