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MEIRELLES DEFENDE ATAQUES
Para criar empregos, Meirelles quer atacar direitos; nós queremos atacar os lucros
Fernando Pardal

Em evento feito pelo Bradesco para um público de empresários e investidores, o ministro da fazenda de Temer defendeu que a terceirização irrestrita e os demais ataques aos direitos trabalhistas são a garantia para a geração de empregos e aumento de renda dos brasileiros. Nós vemos na terceirização o aumento da precarização e exploração, e defendemos outra saída: a divisão das horas de trabalho entre todos, sem diminuição dos salários.

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O rolo compressor do governo Temer vem passando por cima de muitos de nossos direitos, com a garantia de uma trégua para o governo e os patrões porque as centrais sindicais não organizam a imensa disposição de luta que existe entre os trabalhadores, deixando o chamado para a luta só para o final de abril (e, mesmo assim, não vemos nenhuma iniciativa para organizar de verdade).

Henrique Meirelles, um dos idealizadores e aplicadores de alguns dos principais ataques do governo, hoje esteve – evento organizado pelo bilionário Banco Bradesco – diante de uma plateia de empresários, de investidores capitalistas, com o objetivo de convencê-los de que no Brasil seus lucros podem se multiplicar, e por isso eles devem aplicar seus capitais no país.

Ele afirmou que a reforma trabalhista, que é um dos próximos ataques planejados, somada à terceirização irrestrita recentemente votada pelos deputados e já sancionada por Temer, representam a saída para a geração de empregos e aumento de renda dos trabalhadores. E tentou ilustrar com exemplos internacionais: na Alemanha, disse o ministro, depois que acabaram com o seguro desemprego e o piso salarial, cresceram os postos de trabalho e a renda média dos trabalhadores.

O que propõe o ministro é a socialização da miséria entre os trabalhadores, para que os capitalistas sigam lucrando. Acabando com os direitos dos trabalhadores, o governo quer tornar a mão de obra brasileira mais atrativa para os empresários, que poderão pagar menos e lucrar mais em cima de cada empregado em seus negócios. É um aumento da mais-valia, ou seja, do trabalho que cada peão faz na fábrica e que não se transforma em salário, mas sim em lucro no bolso dos patrões.

O governo propõe isso, e tenta vender tais medidas como “benéficas aos trabalhadores”, porque são os capatazes dos capitalistas, são regados a fartos salários e ainda mais fartas propinas para fazer seu trabalho sujo de aprovar leis que ataquem os mais pobres. Se uma coisa motivou o impeachment de Dilma para colocar Temer e Meirelles onde estão, essa foi a agenda de ataques para que esses empresários ganhem cada vez mais, e os trabalhadores, cada vez menos.

Há outra forma de garantir os empregos: pelo caminho dos trabalhadores, e não dos patrões. Isso significa que, frente ao desemprego, não devemos atacar os direitos dos trabalhadores, mas sim os lucros milionários e bilionários dos empresários.
As horas de trabalho devem ser repartidas entre todos os que estão empregados e desempregados, para que todos tenham trabalho. E sem nenhum tipo de redução de salário. “Essa proposta é impossível”, responderiam os donos do Bradesco, Meirelles e Temer. Do ponto de vista deles, pode ser. A nossa resposta deve ser: “impossível é aceitarmos trabalhar até morrer, perder nossos direitos mais elementares, reduzir nossos salários e aumentar as horas de trabalho para que vocês continuem desfrutando de suas mansões, seus iates, seus champagnes comprados com o suor de nossos rostos.”

Eles farão de tudo para defender seus privilégios, utilizarão seus políticos, seus juízes, sua polícia e sua imprensa. Nós temos que usar o que temos de mais forte: nosso número e nossa capacidade de parar a produção. Nenhum patrão pode viver sem os trabalhadores; todos nós podemos viver sem os patrões, cujo único “trabalho” é nos explorar.

Para isso, precisamos nos organizar a partir de cada local de trabalho, fazer nossas assembleias e exigir dos sindicatos que larguem sua pasmaceira. Os que estão à frente das centrais como CUT e CTB não sentem a exploração capitalista na pele, são privilegiados e querem apenas defender seus interesses. Por isso, só nossa organização e nossa exigência fará com que se mexam, e precisamos dessas estruturas sindicais para colocar em movimento os trabalhadores. Para que o dia 28 seja, de fato, o início de uma greve geral. A paralisação de todos os trabalhadores pelo país colocaria em xeque todos os planos de Temer e Meirelles, e, aí sim, poderíamos “debater” com os patrões sob novos termos o que é possível e o que não é.

 
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