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ENCONTROS
O Rio Grande do Sul tem que parar no 28 de Abril!
Redação Rio Grande do Sul

Trazemos algumas das principais conclusões e declarações dos encontros organizados pelo Esquerda Diário, que reuniu ao todo 40 pessoas em Porto Alegre e Caxias do Sul, neste fim de semana do dia 1 e 2 de Abril no Rio Grande do Sul. Trabalhadores rodoviários, da Caixa, do comércio, da saúde e do funcionalismo público, professores, operadores do telemarketing, estudantes secundaristas e universitários (UFRGS, Uniritter, UCS, PUC e UERGS) – distintas categorias reunidas para debater os rumos da luta contra os ataques de Temer, Sartori e Marchezan, em especial a construção da paralisação geral chamada para o dia 28 de Abril.

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O dia 15 de Março foi um ponto de inflexão na conjuntura nacional. Desde então algumas coisas mudaram: se demonstrou uma enorme disposição de luta por parte de amplos setores da classe trabalhadora, como metroviários, professores, metalúrgicos e juventude, combinado a um apoio popular que está fazendo a elite repensar os seus planos. Para nós do MRT, devemos pensar os próximos passos à luz do que foi o dia 15, suas contradições e as perspectivas que se abrem. Abaixo trazemos algumas declarações de alguns participantes:

Guilherme Garcia, ex-operador de Telemarketing da Contax, estudante de sociais da UFRGS e militante da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária disse sobre o encontro: “foi bem produtivo o encontro porque conseguimos reunir algumas pessoas que já discutíamos, mas também pessoas de outros lugares, como operadores do telemarketing, rodoviários, universitários... cada um levou as suas pautas e praticamente todos tiveram acordo em comum sobre como tocar a luta. Outra coisa interessante foi que algumas pessoas, como um servidor público, apareceram no encontro a partir da agitação de panfletagens que fizemos nas ruas.”

Valéria Muller, estudante de Letras da UFRGS e da Faísca: a juventude vem sendo um dos setores mais afetados pela crise e pelos ataques de Temer, em especial as mulheres que recebem os menores salários e boa parte delas são obrigadas à duplas jornadas. Achamos que possuímos um papel muito importante na luta contra os ataques, não só de denunciar toda a situação de miséria que essa sociedade produz, mas de se unir aos trabalhadores em uma aliança que pode fortalecer em muito a mobilização. Temos que construir com tudo esse próximo dia 28 nesse sentido, levando até o final e aos locais de estudo a necessidade de os estudantes se organizarem.”

Caio Reis, estudante de filosofia da UFRGS, membro do Espaço Dialético de Estudos Marxistas e também da Faísca, disse: “Os debates que ocorreram em Porto Alegre, no dia 2, explicitaram a peculiariedade da atual conjuntura da luta de classes no país, onde mais do que nunca a atuação imediata dos revolucionários se faz necessária. Os recentes saltos de consciência da classe trabalhadora frente aos ataques dos capitalistas e a organização dos setores petistas-reformistas em direção ao Lula 2018 são o campo de batalha de uma luta que precisa unir trabalhadores, juventude, mulheres, negros e todos os demais setores oprimidos em torno de um projeto anticapitalista, a única saída real para a barbárie posta.”

Adailson Rodoviário, liderança sindical da Trevo e militante do MRT, sobre a necessidade de se construir a paralisação do dia 28 de Abril: “te organiza peão! Já cortaram linhas, estão demitindo dezenas de nossos companheiros rodoviários de Porto Alegre, estão querendo privatizar a Carris... são ataques da patronal e do Marchezan da mesma linha da reforma da previdência e da lei da terceirização: querem que nós trabalhadores paguemos a conta da crise! Temer cortou o programa do Ciências sem Fronteiras, teve a reforma do ensino médio e a tendência é piorar a situação. Agora dia 28 de Abril vai ter uma paralisação geral dos trabalhadores que, se depender das centrais sindicais, ela não vai servir para barrar os ataques porque eles estão mais interessados em eleger Lula em 2018 do qualquer coisa. Os rodoviários de Porto Alegre precisam se organizar. Daí a ideia de um comitê de rodoviários que faça um trabalho sistemático, daqui até o dia 28, com panfletagens, debates, conversas no fim da linha com os colegas, tudo o que pudermos pensar para Porto Alegre parar nesse dia 28 de abril. É dessa forma apenas, confiando na força do peão, que vamos avançar de verdade nessa luta!”

Everton Pires, cobrador da Carris, fala um pouco sobre o encontro e a necessidade de se organizar para lutar contra os ataques e o sistema capitalista: considero que o encontro foi muito produtivo e vem ao encontro de uma necessidade minha que era de trocar ideias e futuramente práticas com pessoas que tenham a consciência da necessidade de combater o sistema capitalista como único caminho de nos livrar da barbárie construindo um mundo melhor no socialismo. E como ficou muito bem apontado no nosso encontro: nosso desafio é levar para os nossos ambientes de convivência como o trabalho e a universidade a importância de se ter essa consciência e responsabilidade pela luta de um mundo melhor, através de trabalho com panfletos, encontros, e da conversa olho no olho. Usando nossas realidades de trabalho e universidade para confrontar e apontar as contradições do capitalismo.

Em Caxias do Sul os atos do 15 de Março foram muito expressivos, levando mais de 5 mil pessoas para as ruas, com fortes paralisações nas escolas e colunas de operários da indústria marchando contra a reforma da previdência – força que não se via há anos na cidade da serra gaúcha.

Diego Nunes, professor da rede estadual do Rio Grande do Sul, fala um pouco sobre a luta na categoria: “muito se debateu sobre o papel dos sindicatos nessa luta que estamos travando, sobre como alguns sindicatos como a Força Sindical e a UGT estão rifando a luta em troca de uma reforma da previdência mais “leve” e o governo não mexer na questão do imposto sindical. Os sindicatos ligados à CUT e a CTB, por sua vez, não respondem aos anseios da base dos trabalhadores. Como professor eu vejo isso, como o CPERS, controlado pelo PT, não se esforça em mobilizar os professores. Muitos colegas, inclusive, já perderam as esperanças no sindicato depois da traição que fizeram na enorme greve que fizemos em 2015. Comitês de escolas, organizados pelos trabalhadores, podem servir para impor a mobilização. Podemos organizar panfletagens pela comunidade, dialogando com os pais e alunos sobre a importância de lutarmos. Afinal, estamos falando não apenas do futuro de nós educadores, mas sim de toda a população que vai ser brutalmente afetada por esses ataques.”

Nathan Daniel, estudante de História da UCS dá a palavra: “na Universidade de Caxias do Sul nós temos a oportunidade de organizar o movimento estudantil para lutar contra os ataques do Temer. Muitos de nós somos trabalhadores, ou filhos de trabalhadores, e vamos sofrer muito com os ataques, mais ainda do que já estamos sofrendo com o desemprego crescente na cidade. É fundamental que o movimento estudantil na UCS se organize ao lado dos trabalhadores nesse sentido. Infelizmente o DCE, que é dirigido pela UJS, não tem feito ações nesse sentido até agora. É responsabilidade do DCE e dos DA’s chamarem debates e assembleias para que a gente possa se colocar como sujeitos nessa luta!”

Essas foram algumas das principais ideias que foram debatidas no encontro no Rio Grande do Sul e que se aprofundaram, com as suas particularidades locais, em outros encontros que estamos organizando pelo restante do país nos próximos dias. Para mais informações, acesse o Esquerda Diário e o evento no facebook dos próximos encontros.

 
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