O Calabouço era um restaurante estudantil que ficava no Instituto Cooperativo de Ensino, na cidade do Rio de Janeiro, e nos anos de chumbo da ditadura militar era também ponto de encontro de estudantes que se manifestavam contra o regime e também em defesa da educação pública e das condições de estudo e permanência estudantil. Edson, estudante vindo do Pará, estudava no Instituto .
Numa manifestação contra o aumento do preço das refeições, Edson foi morto por um tiro a queima-roupa desferido covardemente pela polícia militar. Neste dia, dezenas ficaram ferido, e também foi assassinado mais um estudante, Benedito Frasão Dutra, que chegou a ser levado ao hospital com vida, mas faleceu em seguida. Morto, o corpo de Edson foi tomado pelos manifestantes, para que a polícia não o ocultasse. Carregado por seus companheiros de luta, seu corpo foi levado até as escadarias da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), onde foi velado.
O assassinato de Edson Luís comoveu o país. Milhares protestaram nas ruas contra sua morte, no Rio e também em São Paulo. Nos anos de chumbo, Edson tornou-se símbolo de uma juventude em luta contra a ditadura e pela liberdade.
Hoje a juventude secundarista que se levanta contra o fechamento de escolas, contra a reforma do ensino médio e contra os ataques ao seu futuro, também se levanta por Edson. A juventude que não teme a polícia, se enfrenta com os governos, do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e em cada canto do país, também se levanta por Edson.
Os gritos de revolta contra a morte de Edson ecoam nas salas de aula e nas ruas de todo país até o dia de hoje. Hoje também perguntamos se “Bala mata fome?”, se serão “Os velhos no poder e os jovens no caixão?”, “Mataram um estudante. E se fosse seu filho?”, se "PM quer dizer que Pode Matar?”. Porque cada morte de um menino na porta de uma lanchonete pedindo comida, cada jovem negro que é morto e pergunta pro seu algoz “por que o senhor atirou em mim?” são parte dessa juventude que o velho mundo tenta calar, tenta matar.
É preciso arrancar alegria ao futuro, é preciso deixar a juventude respirar!
Hoje, mais uma vez, lembramos de Edson Luís!
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