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GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE SÃO PAULO
A aula hoje é na rua contra a PEC 287
Aline Toffoli

Em greve desde o dia 15 de março, segue a luta dos professores municipais de São Paulo contra a reforma da previdência e os ataques de Temer e Dória

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No mês de março, temos assistido a um intenso movimento dos professores e professoras da rede municipal de São Paulo contra os ataques do governo Temer aos trabalhadores, cujas ações começaram a destacar-se a partir do dia 08 de março, quando o ato do Dia Internacional da Mulher unificou com a passeata dos professores municipais que, juntos, gritavam pelo fim da Reforma da Previdência. Naquele dia, iniciou-se um movimento grevista que deflagraria, de fato, greve a partir do dia 15 do mesmo mês. De lá para cá, os professores da rede municipal de ensino de São Paulo já participaram de duas assembleias, nas quais os docentes decidiram permanecer paralisados principalmente contra a Proposta de Emenda à Constituição, ou, também conhecida como PEC 287, mas também compõem a pauta outras reivindicações, das quais destacamos a oposição às reformas das leis trabalhistas, de terceirização irrestrita dos trabalhadores e do Ensino Médio, além de exigirem a retirada do Projeto de Lei nº 621/2016 da Câmara Municipal, que institui o Regime de Previdência Complementar (Sampaprev).

Após última assembleia no dia 21, organizada pelo Sindicato dos Professores em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), na qual foi contabilizada a participação de mais de 10000 pessoas, os comandos de greve visitaram as escolas e conversaram com os professores, buscando fortalecer o movimento, entendendo a necessidade de promover uma unidade nesse momento crítico de ataques e retirada de direitos. Mas embora os professores pareçam entender a necessidade de unificar o movimento para ter mais força, a Apeoesp segue chamando greve para o dia 28 de março, de maneira totalmente deslocada da movimentação que vem sendo feita na rede municipal. O professor Sergio, que leciona na região de Taipas afirma que “se a Apeoesp já estivesse participando da greve, seria muito mais fácil dialogar com os docentes da prefeitura que ainda não pararam, pois o trabalho está sendo o de mostrar para eles que a luta não é apenas dos professores municipais, mas, também, dos estaduais e do conjunto mais amplo de trabalhadores, que serão todos afetados pelas reformas. Para alguns professores da rede municipal é como se eles estivessem carregando sozinhos a greve e, por isso, eles não acreditam ter força para continuar na greve”.

De maneira semelhante, a professora Jacqueline, que leciona na região do Butantã, reitera a necessidade de unidade: “Estou em greve, contra a reforma da previdência. Essa reforma é o fim do direito dos trabalhadores se aposentarem, é condenar o trabalhador a viver uma vida inteira em más condições de trabalho, visto que o projeto de terceirização está prestes a ser aprovado, sem a garantia de uma aposentadoria digna. Pois alegarão que podemos nos aposentar após 25 anos de contribuição... Porém o valor será miserável. Estou em greve por não querer ver meus direitos sendo atacados enquanto eu trabalho como se nada estivesse acontecendo. Gostaria de ver outras categorias na luta, pois somente os educadores não conseguirão segurar essa reforma. Além disso, gostaria de ver todos os educadores na luta... Devemos lutar juntos!”.

Ainda no Butantã, algumas escolas da região realizaram reuniões para informar os familiares e a comunidade sobre os motivos da greve e buscar apoio desses trabalhadores na luta contra as reformas. Realizaram, também, uma passeata pelo bairro que contou com a participação de professores, estudantes, familiares e comunidade em geral, que uniram forças na tentativa de expressar sua insatisfação com as reformas do governo. Participaram do ato a Emef Professora Eda Terezinha Chica Medeiros, Emef Jardim Paulo VI, Emef Professora Dayse Amadio Fujiwara, Emef General Alcides Gonçalves Etchegoyen, Emei Professora Mariazinha Rezende Fusari, Emei Profora Carolina Ribeiro, CEU Uirapuru, Emef João XXIII, Emef Teófilo Benedito Ottoni, e as escolas estaduais EE Luis Elias Attie e a Etec Uirapuru, cujos estudantes emocionaram os que estavam lá presentes ao chegar cantando as palavras de ordem “Unificou, unificou, é estudante, funcionário e professor!”. O ato durou mais de duas horas e percorreu os bairros ao entorno das escolas citadas, alertando a população sobre as consequências dos planos do governo sobre os trabalhadores e chamando para o ato de sábado (25), que aconteceu no vão livre do Masp, cuja estimativa de participantes não foi realizada pela Polícia Militar, mas que, com certeza foi muito mais expressiva do que o ato do dia seguinte, convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que contou com a (pouquíssima) presença de defensores do governo golpista. Ainda no sábado, houve a participação de representantes de programas que também estão sendo afetados pelo congelamento das verbas para a Cultura, como os projetos Vocacional e PIÁ.

Professores da rede municipal de São Paulo, diretamente do ato no dia 25 de março

Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem afirma: “Temos de avançar na nossa luta. Não é hora de dividir. É hora de buscarmos apoio de outras entidades, dos movimentos sociais, dos pais, dos alunos e de toda a população ao nosso movimento”, mas permanece organizando um calendário que não promove a real unificação dos professores, uma vez que conforme agenda da categoria aprovada na última assembleia, será realizada nesta segunda-feira (27) às 14h no Viaduto do Chá, em frente à prefeitura de São Paulo, a terceira assembleia da categoria para decidir se os professores permanecem ou não em greve, justamente no dia que antecede a Assembleia dos professores da rede estadual, o que revela que a tão falada unidade, está custando a ser organizada.

 
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