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LGBT
LGBTs contra a Reforma da Previdência e a Terceirização em todo lado. Tá querida?!
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN

Dia 15 de Março foi um importante dia de luta em todo o país. Milhares de trabalhadores se colocaram deram o primeiro chacoalhão em Temer, acompanhados em muitos lugares de jovens um tanto quanto não discretos quanto a sua sexualidade e seu gênero, mas decididos a enfrentar as opressões e a exploração ao lado dos trabalhadores.

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“No telemarketing nenhum sindicato passou para nos convocar a paralisar contra a Reforma da Previdência, fiquei sabendo por amigos que iam à manifestação na Paulista. E novamente me revoltou muito que nem mesmo os filiados à CUT puderam se organizar nas suas bases, para que todo mundo pudesse opinar e construir uma paralisação onde os trabalhadores realmente pudessem mostrar sua força. Essa imposição de falta de movimento já não dá mais. Os mesmos políticos golpistas que querem que a gente trabalhe até morrer são aqueles cujos discursos legitimam que as LGBTs sejam assassinadas todos os dias. Por isso tamo na luta. E precisamos de um plano de luta para derrotar o Temer. Dia 31 quero parar tudo.”

Jovem trans trabalhador do temelarketing, prefere não se identificar.

“As lgbts só tem a perder com a reforma da previdência e a reforma trabalhista. Muitos de nós ocupam os piores postos de trabalho, nos usam no telemarketing porque não querem ver nossa cara e a expressão de nossa sexualidade e gênero. O Brasil é o país em que mais se mata LGBT’s no mundo, a reforma da previdência vai deixar mais difícil que os LGBTs se aposentam, os mesmos que já tem dificuldade de se manter no trabalho por conta de sua sexualidade. Bem como a reforma trabalhista que só tende a piorar essa inserção e precariza-lo ainda mais. Lutemos junto aos trabalhadores contra esses ataques”

Matheus Correia, estudante de Economia da UNICAMP.

“Dizem que o problema da previdência é um problema mundial. Que infelizmente para o capitalismo as pessoas aumentarem sua expectativa de vida é um problema, e não um avanço do desenvolvimento humano. Nós que somos trans, temos na América Latina apenas 35 anos como perspectiva de vida. No caso da reforma da previdência, se fosse proporcional, deveríamos nos aposentar já na adolescência. Mas sabemos que nunca iremos nos aposentar, porque nem trabalho formal nós temos. Enquanto Mc Lynn, Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira, são artistas importantes no cenário nacional que não permitem que tratem as LGBTs como se não existissem, a imensa maioria (90%) está marginalizada na prostituição.
Para nós a vida tem que ser reinventada e por isso lutamos contra todos os ataques a classe trabalhadora porque é com ela que podemos derrotar os capitalistas, para que a expectativa de vida seja cada vez maior e com mais direitos... Por uma vida sem opressão ou exploração”

Virgínia Guitzel, ativista Trans e trabalhadora da saúde de São Bernardo.

“Fico me perguntando o que vai sobrar de emprego pra nós? Mulheres, negras e LGBTs. Já ocupamos os mais precários postos de trabalho e agora querem que a gente trabalhe neles até morrer, imaginem as condições impostas agora que tudo vai poder ser terceirizado. Aposto que nenhum desses políticos golpistas que votaram esse ataque a todos os trabalhadores, aceitariam viver dessa forma ou tem alguma ideia do que nós estamos falando.
Na UERJ, meus amigos e eu estamos recebemos a bolsa de dezembro hoje, foram 4 meses de atraso. E as demissões entre as trabalhadoras terceirizadas, tal qual o atraso dos salários, são frequentes. A primeira universidade a ter cotas hoje é a primeira a estar falindo. E os setores oprimidos são os primeiros a sentir isso na pele, no bolso. Por isso dia 31 não vai ter ladainha do Temer que me segure não, nem os estudantes da UERJ e todos que lutam no Rio! Vamos pra luta contra a Reforma da Previdência! Somos Dandara! Somos escravas insurretas!"

Isabella Santos, estudante de Serviço Social da UERJ.

“Hoje a vida dos estudantes, principalmente da escola pública, já é super turbulenta, seja tanto para os assumidos ou para os que não são. Muitos dos estudantes que têm sua sexualidade exposta a família e a comunidade escolar, são oprimidos e/ou levados a procurar sua independência financeira, como nos casos que são expulsos de casa ou vivem uma opressão no lar muito severa.
Pra nós, o que já era a escola que já era difícil, ainda é adicionado um trabalho que de muitas vezes é precário, levando às vezes, até a desistência dos estudos.
Com essa reforma, tanto do ensino médio - que será usada para vetar ainda mais a discussão de gênero e sexualidade e fechar completamente o noturno, nos impossibilitando de trabalhar e estudar - quanto da previdência - que torna ainda mais concorrido os postos de trabalho, o que tende a levar salários mais baixos, alta das horas trabalhadas e desemprego - trará à nós LGBTs e também as mulheres, principalmente negras, que já ocupam muitos dos piores postos de trabalho, tem dupla jornada e salários mais baixos que dos homens, deixará nossas vidas ainda mais precarização e angustiantes.”

Sagüi, estudante secundarista de Campinas.

 
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