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ASSASSINATO POLICIAL
O menino Ítalo: negro, 10 anos, assassinado pela PM-SP
Redação

Ítalo de Jesus Siqueira foi morto por policias com um tiro na cabeça quando tentava fugir da polícia militar após furtar um carro, com um amigo de 11 anos. O crime ocorreu em 2 de Junho de 2016, e a PM alegou que Ítalo estava armado e havia efetuado um disparo contra os policiais e por isso deram um tiro em seu olho esquerdo.

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O Ministério Público apontou 23 falhas no inquérito feito pela Polícia Civil na investigação da morte de Ítalo. O promotor de Justiça Fernando César Bolque, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo apontou uma série de falhas no inquérito conduzido pelo Departamento de Polícia de Proteção a Pessoa (DPPP) da Polícia Civil do Estado de São Paulo. No relatório da DPPP conduzido ao Ministério Público a polícia alega que Ítalo foi morto numa troca de tiros. Já o promotor do caso, em entrevista coletiva, afirmou que está claro que os meninos não atiraram nos policiais.

Alguns erros apontados por Bolque contestam a versão dos policiais. O fato de terem encontrado pólvora nas mãos de Ítalo, mas não encontraram o resíduo na luva que ele usava é um deles. Outro é o depoimento dos PMs Otávio e Israel que disseram ter visto um clarão,. Mas segundo o promotor, um policial militar sabe diferenciar um disparo de um clarão. O mesmo PM Otávio disse, em depoimento, que Ítalo havia atirado de pé, mas o exame necroscópico confirma que o menino foi baleado de baixo pra cima, contradizendo a versão do policial. Além disso, os policias ainda terão que explicar a retirada do local do crime da suposta arma usada por Ítalo. E também as denúncias de tortura e ameaça que o outro menino sofreu quando foi levado, após o ocorrido, para casa de sua mãe, ao invés de ser conduzido à delegacia – violando as normas policias e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Esse é mais um caso de pessoas negras assassinadas pela polícia militar. Os PMs Otávio e Israel mataram sem chance de defesa um menino negro de 10 anos e forjaram flagrantes para incriminar Ítalo e legitimar sua morte como auto de resistência. A PM cumpre um papel distinto na sociedade brasileira, ela é o braço armado do Estado que é uma máquina de produção em massa de corpos negros sem vida. Somente nos dois primeiros meses desse anos, os assassinatos pelas mãos da PM de São Paulo superaram o número de homicídios, segundo dados do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Infelizmente o caso de Ítalo é um caso ainda sem solução, bem como o de Amarildo, DG e tantos outros homens, mulheres e crianças negras que tem suas vidas atravessada pela violência policial. Por isso, somos contra a impunidade dos crimes cometidos por policias, sobretudo aqueles que se mascaram através dos autos de resistência. Defendemos o fim dos fóruns judiciais onde os próprios policiais julgam os crimes cometidos pela corporação, pois esta é uma forma de "passar um pano" sobre os crimes cometidos pela polícia militar.

Lutamos pelo fim da polícia militar, onde auto-organização do povo negro unido aos trabalhadores pode dar um combate real à opressão racista do capitalismo. Esta instituição assassina que combatemos serve ao Estado burguês para manter sua dominação hegemônica a partir de seus aparatos coercitivos e da repressão. Seu principal objetivo é exterminar o povo negro e conter as fileiras proletárias sobre o julgo do capitalismo.

 
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