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ATAQUE ÀS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS
Rodrigo Maia quer dividir os trabalhadores para poder passar os ataques de Temer
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

A lei da terceirização que está sendo votada nessa quarta-feira, 22, na Câmara dos Deputados, não apenas irá precarizar a condição de trabalho e os direitos de uma parcela cada vez maior de trabalhadores, mas também irá dividir as categorias e enfraquecer sua representação sindical, afetando a organização dos trabalhadores em suas lutas.

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Caso o projeto de terceirização encabeçado por Rodrigo Maia seja aprovado na Câmara dos deputados, outro ataque aos trabalhadores poderá ser antecipado: a reforma sindical. A votação do projeto que amplia a terceirização é de 1998, e foi retirado da gaveta pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

A terceirização proposta por Maia vai gerar uma divisão ainda maior nas fileiras dos trabalhadores, fazendo com que diversas pessoas contratadas por diferentes empresas trabalhem em um mesmo ambiente. Com isso, os trabalhadores não serão representado por um único sindicato, mas por diversas organizações sindicais.

Esta medida serve para enfraquecer os trabalhadores, dividindo-os e fazendo com que estes não enxerguem o seu companheiro de trabalho contratado por uma outra empresa como parte de sua classe e até mesmo de sua categoria. Num momento de crise econômica pela qual o país está passando, onde o governo está aplicando um brutal ataque contra os trabalhadores, enfraquecer organizações sindicais é um meio de minar a resistência contra estas medidas impopulares.

Os trabalhadores terceirizados estão normalmente nas mãos de sindicatos declaradamente patronais, pelegos e mafiosos. Estes sindicatos cumprem o papel de impedir que estes trabalhadores que estão em situação precária se organizem por melhores condições de trabalho e salário, abrindo espaço para que a patronal ataque e pratique outras mazelas contra os trabalhadores.

A sensação de estar no seu lugar de trabalho, sozinho e sem poder se organizar abre espaço para que aconteça inúmeras casos de assédio moral e outras medidas repressivas arbitrárias por parte da patronal.

Para a Folha de São Paulo, a PL 4302, que visa aprofundar a terceirização no país, vai fazer com que os trabalhadores tenham liberdade de escolher em qual sindicato vão se filiar. Tentam passar a imagem de que os sindicatos são organizações truculentas, sendo que a liberdade que a Folha defende é que os trabalhadores escolham em qual trabalho precário vão adoecer.

A força dos trabalhadores no 15 de março deixou o governo golpista de Michel Temer acuado, obrigando Rodrigo Maia acelerar a votação da PL4302, que tem como um dos principais objetivos enfraquecer as organizações sindicais. Enquanto este ataque está sendo orquestrado na Câmera dos Deputados, a CUT e a CTB não têm nenhum plano de luta concreto para unificar os trabalhadores rumo a uma greve geral que possa barrar os ataques.

É preciso que a CUT e a CTB rompam com a trégua dada a Temer e faça com que o 15 de março seja o primeiro passo para uma grande batalha contra o governo golpista. O dia de paralisação dos trabalhadores que fez Temer ficar com medo não pode ser encarado como apenas um dia rotineiro de paralisação. Nossa luta não pode ficar nas mãos desses burocratas sindicais que estão apenas em defesa de seus privilégios. Precisamos nos organizar em cada local de trabalho para exigir das centrais um plano de luta para derrotar a ampliação da terceirização, a reforma da previdência e os demais ataques de Temer.

 
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