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CAXIAS DO SUL
Assembleia encerra a greve dos rodoviários em Caxias do Sul, em troca de promessas
Thiago Flamé

Depois de uma greve que paralisou sem necessidade de piquetes, o sindicato dirigido pela CTB chamou os trabalhadores da Visate, única empresa de Caxias, a dar um passo atrás na medida de força, esperando até segunda feira uma nova proposta patronal

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A paralisação do transporte público de Caxias do Sul – monopólio da Visate – aconteceu em meio a fortes disputas entre a nova prefeitura de Daniel Guerra do PRB e a empresa Visate. Guerra é um populista de direita, com um discurso muito parecido ao do prefeito de São Paulo, João Dória Jr, que além da briga com a Visate – Guerra está ameaçando inclusive ir atrás de outras empresas, depois da prefeitura ter negado aumentar a tarifa – também está enfrentando os médicos no sistema público de saúde.

A forma como essa greve se deu e a ausência de qualquer resistência por parte da empresa levanta a dúvida de se não é a intenção da patronal levar os rodoviários à greve para pressionar prefeitura.

O fim da greve, sem nenhuma proposta patronal, reforça ainda mais essa dúvida. Ao mesmo tempo, as assembleias foram cheias e mostraram que existe uma disposição de luta entre os rodoviários, que infelizmente está sendo aproveitada pela patronal, a partir da atuação do sindicato.

Com o fim da greve, fica a expectativa de que proposta a Visate vai enviar, sabendo que é bem provável que Daniel Guerra não volte atrás no valor da tarifa. Se não houver proposta o sindicato anuncia uma nova greve para segunda-feira, dessa vez respeitando os limites absurdos impostos pela justiça do trabalho, que na pratica deixa os trabalhadores do setor do transporte sem direito efetivo de greve.

Nessa briga toda, os rodoviários são um ator muito forte quando atuam unidos. Podem parar o transporte da cidade. A greve dos rodoviários de Porto Alegre de 2014, que durou 15 dias enfrentou a própria justiça do trabalho ao impor uma paralisação total, além da patronal e da prefeitura, também começou com uma tentativa do sindicato de usar a indignação dos trabalhadores a serviço da empresa. Em assembleia os trabalhadores decidiram votar uma comissão própria para as negociações e seguir e ampliar a greve. É um grande exemplo para os rodoviários de Caxias do Sul e de todo o país.

É possível lutar e atacar o lucro das máfias que dominam o transporte público em Caxias e em todo o país. Assumindo o controle da sua luta, com organização de base na garagem e nos turnos, com uma comissão votada em assembleia para acompanhar todas as negociações, os rodoviários podem combater a chantagem patronal, de que para ter aumento de salário é preciso aumento de tarifa. É fundamental se colocar contra o aumento da tarifa e se aliar com a população, para os trabalhadores não se tornarem munição da Visate na sua luta contra a população de Caxias. Uma postura independente também é a única forma de desmascarar a quem serve de fato o populismo conservador de Daniel Guerra.

 
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