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15M - MG
100 mil em BH no 15M: maior ato desde junho de 2013
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
Fanm Nwa

A jornada de manifestações contra a Reforma da Previdência e Trabalhista do governo golpista de Temer mostrou uma grande força da base dos trabalhadores hoje (15) em Belo Horizonte, em uma das manifestações mais importantes desde junho de 2013.

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Concentrados para o ato em vários pontos do centro de BH, com a maior concentração na Praça da Estação, todas as categorias unificaram o ato na Praça Sete e saíram em passeata para a Praça da Assembleia. Durante a manifestação o canto contra os ataques do governo golpista de Temer e o “Fora Temer” ecoou por todos os cantos da cidade. Diversos setores de trabalhadores estiveram presentes.

Com paralisação do metrô, greve na educação nas redes estadual e municipal, paralisação das escolas particulares e da PUC, paralisação de seis horas dos petroleiros junto a cortes de rodovias, Belo Horizonte e a região metropolitana pararam no 15M. Estiveram presentes no ato blocos de trabalhadores da educação, de todas as redes inclusive das escolas particulares, da saúde, correios, metalúrgicos e servidores municipais, além de estudantes secundaristas e universitários e muitos movimentos sociais. Trabalhadores de outras cidades importantes de Minas Gerais, como Contagem, foram para a massiva manifestação de Belo Horizonte demonstrar sua disposição de luta contra o governo golpista de Temer e contra suas medidas como a Reforma da Previdência. Estudantes de escolas públicas e particulares compuseram o ato apoiando a greve de professores contra a reforma.

A imensa manifestação de Belo Horizonte é uma demonstração cabal da grande disposição de luta dos trabalhadores. Essa importante jornada de luta é o resultado do descontentamento da base dos trabalhadores e da juventude, que pressionaram suas direções e a burocracia sindical das grandes centrais para paralisar os trabalhos, ir às ruas e defender seus direitos.

Apesar dos principais sindicatos e das grandes centrais como CUT e CTB terem convocado a manifestação de hoje, essas vieram dando exemplos de passividade durante a votação da PEC 55 e no próprio processo do golpe institucional e buscarão capitalizar essa importante jornada como parte da campanha para a eleição de Lula em 2018, uma vez que estas direções são alinhadas com a direção do PT. Isso seria um desvio dos verdadeiros objetivos dos trabalhadores, canalizando para as urnas e para a volta do PT ao poder, quando sabemos que esse partido foi um dos precursores da Reforma da Previdência e hoje atua em aliança com os golpistas na Câmara, no Senado e nos estados onde dirige como em Minas Gerais, com Fernando Pimentel.

Na UFMG, onde os estudantes protagonizaram uma luta importante no final do ano passado, compondo um dos principais blocos de estudantes em Brasília para lutar contra a PEC 55, as direções das entidades estudantis também criam obstáculos para unificar os estudantes às greves e às paralisações de trabalhadores. O DCE, tendo à frente o Levante Popular da Juventude e a Juventude do PT, não organizaram assembleias de base muito menos um forte bloco de estudantes no ato hoje. Mesmo assim, apesar dessa direção, os estudantes fizeram parte da massiva manifestação de hoje, também mostrando a disposição de mobilizar-se ao lado dos trabalhadores.

Apesar da greve na educação não ter sido preparada nem construída pela base pela direção central do SindUTE, algumas escolas vêm mostrando imenso ativismo entre os professores grevistas, mostrando que é possível superar esses obstáculos e fortalecer a luta pela base. Algumas escolas estão tomando a frente da mobilização e organizando debates com professores e alunos, como no caso da E.E.Padre Camargos em Contagem. A Escola Estadual Helena Guerra, também de Contagem, aparece cada vez mais como referência de luta e trabalho de base para toda a educação na cidade, e vem protagonizando a aliança entre professores e estudantes que culminou no ato de hoje num bloco unificado. Esse trabalho de base na escola também permite existir uma camada de professores que tomam para si os rumos da luta contra a reforma e contra o governo golpista, batalhando contra as manobras de atrelar nossa luta aos interesses petistas para 2018.

O 15M foi um dia chave para os trabalhadores mostrarem a força que temos quando paramos nossas atividades. Os trabalhadores entraram em cena também em Minas Gerais mostrando uma enorme disposição de luta. Isso mostra como as centrais vinham criando enormes obstáculos para os trabalhadores poderem entrar em cena, porque esses ataques vêm há meses, desde o golpe institucional que as centrais não combateram seriamente, ao que se somou a passividade destas direções durante a onda de ocupações estudantis que percorreu o país. É hora de mover toda essa força que paralisou a cidade de Belo Horizonte hoje contra o governo golpista. Essa frente-única deve permitir organizar desde a base a unidade de todos os setores dos trabalhadores e da juventude para barrar os ataques de Temer. É fundamental exigir da CUT e da CTB, que em Minas Gerais controlam os sindicatos estratégicos como o de professores das redes públicas e privadas, de petroleiros, de bancários, metroviários e metalúrgicos, a preparação de um plano de lutas para construir pela base uma greve geral no país inteiro pra derrotar a Reforma da Previdência e os ataques desse governo golpista.

É preciso que a luta que parta do combate aos ataques do governo e que chegue ao questionamento de fundo desse regime político feito por e para os ricos, apontando uma saída à enorme crise política e econômica que assola nosso país. Uma saída dos trabalhadores e da juventude, independente, que barre os ataques, imponha o não pagamento da dívida pública para financiar saúde, educação e aposentadoria para os trabalhadores, fazendo com que os capitalistas paguem pela crise que criaram, e avance para instaurar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

 
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