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URUGUAI
8M: As paralisações sindicais potencializam a mobilização
Claudio Álvarez

Milhares de mulheres se mobilizam neste dia internacional da mulher trabalhadora. Muitas se mobilizam porque seus sindicatos votaram a paralisação, uma grande conquista do movimento de mulheres.

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Desde quando a PIT-CNT (Central Única dos Trabalhadores do Uruguai, sigla em espanhol) confirmou uma paralisação parcial das 16h às 22h neste 8 de março, como consequência de anos de luta e organização do movimento de mulheres que, conquistaram diversos direitos e somado a onda de feminicídios que ocorreram este ano, vários sindicatos votaram paralisar suas atividades de maneira parcial ou total na jornada, como viemos informando. Ainda que seja realizado de forma desordenada, a paralisação é a medida que possibilitará que milhares de mulheres trabalhadoras possam deixar seu lugar de trabalho e se incorporar as atividades e mobilizações.

A paralisação em nosso país se dará no marco da "Paralisação Internacional de Mulheres", convocado pelas organizações de mulheres a nível internacional que terá mobilizações na Argentina, Brasil, Estados Unidos, México, Chile, Estado Espanhol e outros 50 países. Em muitos destes as organizações de mulheres seguem exigindo de suas centrais sindicais que sejam votadas paralisações para este 8 de março sem grandes respostas. O Uruguai será a exceção onde o sindicato realizará uma paralisação, apesar de que vários sindicatos integrantes da PIT-CNT não realização efetivamente a paralisação e se limitarão somente a "aderir e convocar" as mobilizações, e é o único país onde será expressa toda a potencialidade de milhares de mulheres saindo de seus trabalhos, assim como milhares de homens que acompanharão a mobilização apoiando as reivindicações das mulheres.

Segundo a nota pública no site da PIT-CNT e de outras páginas sindicais, os sindicatos que definiram paralisar por 24h são a FFSP (Saúde Pública a nível nacional), ADEOM (Servidores Municiais a nível nacional), FENAPES (Professores de escolas de ensino fundamental a nível nacional), AFUTU (Docentes e funcionários da Universidade do Trabalho do Uruguai, a UTU), ATES (Funcionários de escolas de ensino fundamental a nível nacional) e a SUATT (Taxi).

Paralisações a partir das 16h foram definidas pela SUNCA (Construção civil), AEBU (Trabalhadores bancários) tanto no setor público como o privado. Outros sindicatos paralisarão a partir das 16h até as 20h, como o FOICA (Carnes e Frigoríficos), FUS (Saúde Pública e Privada), COFE (Funcionários do Estado), FUECYS (Comércio e serviços), UF (Ferroviários) e o FOEMYA (Moleiros e afins).

Com todos estes sindicatos paralisados, com a raiva de milhares de mulheres que vem expressando nas redes sociais e nos locais de trabalho onde, em alguns casos, já estão se organizando com cartazes e entre outros aparatos para a marcha, nesta quarta-feira às 18h milhares de pessoas ocuparão as ruas.

A mobilização principal partirá da Praça da Liberdade até a esplanada da Universidade. Anteriormente haverá a concentração às 17h30 de vários sindicatos e associações de educação na Avenida 18 de Julho onde será constituído o bloco da PIT-CNT. A mobilização será encabeçada pelas organizações de mulheres.

A direção da PIT-CNT votou a paralisação em apoio as reivindicações das mulheres, mas ao mesmo tempo existem demandas que tem atingido grande parte da população uruguaia - como aumento dos impostos e da tarifa do transporte, sem mencionas as diversas fábricas sendo fechadas em todo o país - que foram respondidas somente com declarações e desejos de que uma atitude melhor seja tomada pelo governo. Fica ainda pendente um plano de luta que freie o aumento dos impostos, a retirada do seguro-desemprego e que barre o fechamento das fábricas.

Neste centenário da Revolução Russa, onde milhares de mulheres deram início ao processo revolucionário a 100 anos atrás, e em nome de todas as mulheres que deram a vida contra a discriminação e opressão de gênero, milhões de mulheres em todo o mundo, acompanhadas de homens que apoiem suas lutas, tomaram as ruas e praças para frear a violência e opressão constante que sofrem neste sistema capitalista; sistema este que necessita da exploração e opressão de milhões de mulheres e outros setores para se perpetuar.

O Esquerda Diário seguirá na cobertura da marcha em Montevidéu e de outras mobilizações pelo mundo, com correspondentes em dezenas de países da América Latina, Estados Unidos e Europa.

 
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