O estudante de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Hugo Nicolau Barbosa Gusmão, publicou em seu blog Desigualdades Espaciais um estudo sobre o fechamento das farmácias públicas pela gestão do tucano João Dória. Hugo divulgou mapas com o objetivo de “analisar quem serão os principais afetados pelo fechamentos das farmácias e a transferência da distribuição dos medicamentos para a rede privada”, como descreve no blog.
O programa de Dória para supostamente melhorar a distribuição de medicamentos na cidade, é fechar as farmácias municipais cuja distribuição é feita pelas farmácias localizadas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Assistência Médica Ambulatorial (AMA), e transferir a distribuição para hospitais e farmácias da iniciativa privada, como Hospitais Oswaldo Cruz, HCor e Sírio Libanês, todos na região da Avenida Paulista, além da rede de farmácias Drogasil e Droga Raia. A proposta causou indignação entre usuários das UBS, farmacêuticos, servidores da saúde, além de estudantes de cursos da saúde e movimentos sociais.
Nos mapas consta a localização das três maiores redes privadas de farmácias em São Paulo (Drogaria São Paulo, Drogasil e Drogaraia) em comparação com a rede pública de farmácias unificadas nas UBS e as AMAS. Através deles, o futuro geógrafo também conseguiu refutar o discurso de Dória e do secretário municipal de saúde Wilson Pollara de que o sistema atual “não funciona, tem alto custo, problemas logísticos e existem faltas frequentes de medicamentos” e a alterativa seria passar para a iniciativa privada.
O estudo comprovou que a distribuição de medicamentos e outros produtos fornecidos pelo município, caso se dê em redes privadas de saúde, ficará localizado nas regiões centrais, ou seja, a distribuição que hoje é feita pelas poucas UBS e AMA existentes na periferia deixará de existir e isso obrigará os moradores dessas regiões percorrerem longas distâncias para conseguir medicamentos e outros produtos.
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