Imediatamente depois de assinado o acordo coletivo dos rodoviários, num verdadeiro golpe contra os trabalhadores, que chegaram a demonstrar rejeição a proposta da patronal, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) solicitou o aumento da passagem para R$4,26. Os empresários alegam um prejuízo nos últimos anos, culpando as isenções como principal motivo. Entretanto, apenas com a isenção do imposto ISSQN que a prefeitura cedeu para as empresas até janeiro de 2018, a quantia a menos nos cofres da cidade chegará a R$ 18 milhões.
A prefeitura do tucano Nelson Marchezan Jr., através da EPTC, calculava o valor da passagem em torno de R$ 4,05, porém, sem um valor fechado, dado o dissídio dos rodoviários que ainda estava em aberto. De acordo com o diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti, informa que irá anunciar o valor proposto pelo órgão até o fim desta semana, encaminhado ao Conselho Municipal de Transportes Urbanos (COMTU), que terá o prazo mínimo de sete dias para analisar a proposta e encaminhar a votação. A data aproximada indicada por Solleti é 18 de Março.
Não existe um valor fechado entre prefeitura e empresários, único ponto em comum é aumentar o valor da passagem atacando trabalhadores e população. Alegam que o que mais pesa no aumento da passagem é o reajuste do salários dos rodoviários, porém, o reajuste dos rodoviários fechou em 5,5%, enquanto o aumento proposto fica em pelo menos 13%. Além disso, todos os prejuízos alegados pelos empresários, como renovação da frota e o próprio gasto com pessoal, não temos como conferir quanto cada um destes representam no valor da tarifa, pois as notas fiscais e os livros de contabilidade destas empresas são mantidos com total sigilo.
Sobre a mesma justificativa de prejuízo, os empresários foram autorizados pela prefeitura a cortar linhas. Já vem ocorrendo isso há algumas semanas, levando o usuário a ficar mais tempo nas paradas e justificando demissões dado o corte de tabelas. Agora, a partir deste mês, a prefeitura autorizou o corte de linhas, reafirmando a aliança com os empresários, colocando o lucro de um dúzia de empresários como prioridade, ao passo que a população e os rodoviários sofrem as consequências.
|