Diversos rodoviários relatam possíveis fraudes, além de um setor enorme da categoria, todo o turno da noite e intermediário, ter sido impedido de votar pois as urnas foram recolhidas antes do horário em que estes trabalhadores poderiam fazê-lo. Na manhã de sexta ocorreu uma manifestação dos trabalhadores reafirmando o NÃO da assembleia.
Conservaremos o anonimato da maioria dos relatos para evitar represálias da patronal.
Adailson, cipeiro da empresa Trevo, relatou: "O sindicato fala em democracia, que o plebiscito seria uma forma de toda a categoria ter condições de votar, mas negou esse direito à todos os corujeiros! Todos os trabalhadores da noite e do turno intermediário não puderam votar. O sindicato disse à imprensa que as urnas ficariam até a madrugada, mas as 18h já divulgavam a contagem de votos! Que democracia é essa em que eu sou impedido de votar?!"
Outro trabalhador da Trevo também afirmou: "O sindicato botou votos a mais na urna pelo SIM. Na cara de pau".
A empresa Sudeste, com o aval do sindicato, apostou na pressão psicológica, segundo relatou um rodoviário: "o gerente de tráfego e de rh ficaram a maior parte do tempo do lado das urnas, psicológico pegou".
Durante o dia na garagem, segundo outro rodoviário que se espantou com o resultado divulgado, o clima era pelo NÃO: "eu não acredito! cheguei na garagem a tarde um imenso eco da galera, que dizia ter votado não."
Segundo trabalhador da empresa Estoril, empresa cujos resultados foram divulgados às 16h, a intimidação foi grande: "estão intimidando o pessoal pro voto não ser secreto, as urnas chegaram sem lacres, uma piada."
"Pedi para ver se a urna estava mesmo vazia quando chegaram e o sindicato não deixou", disse outro rodoviário.
Na Nortran, os trabalhadores também reclamaram das urnas fecharem muito cedo: "a votação foi só até metade da tarde!! fraudeee!"
Na empresa Sopal, a pressão do sindicato para aprovar a proposta dos patrões não foi diferente: "colegas foram forçados a votar sim e mostrar a cédula antes de colocar na urna."
A fiscalização das urnas também não era confiável, segundo um trabalhador da Trevo: "não tinha ninguém fiscalizando, era só o sindicato mesmo.. quando perguntei a dois colegas por que votaram sim, não apresentaram nenhum argumento."
"Quando vi o resultado da urna não acreditei. Muito diferente do que vimos na garagem" relatou outro trabalhador.
Outro trabalhador da Carris comentou que até a cédula de votação era tendenciosa, pois não mostrava o aumento de mais de 50% no valor do plano de saúde: "Essa cédula é extremente tendenciosa! No valor do plano de saúde pq não tem o comparativo?"
Muitos trabalhadores suspeitam de fraudes: "não foi um plebiscito válido, nem cabine pra votação tinha, urnas sem lacres, plebiscito marcado sem o devido tempo de aviso , querem enfiar goela baixo mesmo, auditoria já nesse sindicato."
Estes são alguns dos relatos dos trabalhadores. Convidamos todos os rodoviários e rodoviárias que presenciaram, fotografaram ou filmaram irregularidades a enviar esses relatos ou imagens ao Esquerda Diário para atualizarmos as denúncias.
"A única alternativa que temos no momento é nos organizar em cada garagem, com cada trabalhador revoltado, e lutar!" disse Adailson frente ao resultado do plebiscito.
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