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CONTAGEM REGRESSIVA 8 DE MARÇO - FALTAM 15 DIAS
Pão e Rosas organizou grande atividade em preparação à paralisação do 8/03
Pão e Rosas
@Pao_e_Rosas

“Sejamos milhares de mulheres contra o machismo e o capitalismo” foi o grito ouvido nesse último sábado, dia 18, na atividade organizada pelo Pão e Rosas - Brasil. Em preparação para o Dia Internacional da Mulher – que este ano será marcado por uma importante paralisação internacional convocada a partir do coração do imperialismo –, as mulheres ali presentes demonstraram muita força para lutar contra as violências que vivemos todos os dias e que será colocada em marcha no 8 de março.

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Entre as mais de 100 mulheres, estavam professoras, metroviárias, trabalhadoras terceirizadas, funcionárias da USP, bancárias, estudantes universitárias e secundaristas de São Paulo e de Santo André.

Iniciaram a conversa sobre a paralisação a ser organizada com uma videoconferência com Tatiana Cozzarelli, militante do Pão e Rosas dos Estados Unidos. Ela falou sobre a Marcha de Mulheres que contou com mais de 500 mil só em Washington logo após a posse de Donald Trump, de onde saiu o chamado à paralisação internacional feita por Angela Davis, Nancy Fraser e Cinzia Arruzza, entre outras importantes ativistas norte-americanas. Mostrou como dali surgiam as primeiras manifestações contra a política machista, racista e xenófoba de Trump, que atingirá fortemente não só as americanas, mas a todas as mulheres do mundo que sofrerão com as suas políticas protecionistas e devastadoras. Que, diferente do Partido Democrata que tenta se mostrar como o polo defensor das mulheres e dos imigrantes, estas ativistas propõem um levante de mulheres massivo que realmente defenda a todas do mundo, e não as poucas que, como Hillary Clinton, se beneficiam da política imperialista de saque do mundo.

A roda de conversa seguiu com várias falas, dentre elas a de Maíra Machado, professora da rede estadual vinda de Santo André, que falou dos vários ataques à educação em curso, como a Reforma do Ensino Médio e a PEC 55. Contou que estes significam profundos ataques à vida dos próprios professores que, na sua imensa maioria mulheres, estão vendo salas sendo fechadas, a educação, privatizada, e por isso sofrerão para ajustar suas jornadas de trabalho em 3, 4 escolas, ainda tendo o peso da dupla jornada, com dificuldade para encontrarem creches para os filhos, com salários ainda mais reduzidos. Disse também que as professoras e seus colegas estão chamados a uma assembleia pela Apeoesp no próprio 8 de março, sob uma política da direção deste sindicato de não unificar com as professoras do município de São Paulo (que também estarão reunidas) e nem com as milhares de mulheres que se unirão em ato de rua na paralisação internacional. E reivindicou que tanto a Apeoesp, quanto a CUT, CTB e centrais de conjunto chamassem massivamente esta paralisação do dia 8, unificando mulheres e homens pelos direitos das mulheres e contra a violência que vemos crescer a cada dia.

Também falou Silvana Araújo, trabalhadora terceirizada, negra, militante do Pão e Rosas. Ela defendeu a unidade das mulheres com o conjunto da classe trabalhadora para lutar contra todos os ataques do governo golpista de Temer, como a Reforma da Previdência, as alterações na CLT e todos os ataques à educação e à saúde, que atingem com ainda mais força as mulheres e negras e negros. E que a paralisação impulsionada pelas mulheres é uma grande oportunidade que temos de impor resistência a estes planos do governo golpista.

Várias outras falas ressaltaram a realidade da mulher negra, o necessário combate à cultura do estupro, a luta pela legalização do aborto, a organização das mulheres contra os assédios nos transportes públicos; e rememoraram o importante exemplo que nos deixaram as mulheres russas que há cem anos iniciaram a Revolução de 1917, que, ao tomar o poder pelas mãos da classe trabalhadora, conquistaram direitos às mulheres que se viam pela primeira vez na história. Que estas devem ser bandeiras e histórias que levantemos neste próximo 8 de março com muita força.

Por fim, Diana Assunção, do Pão e Rosas e da Secretaria de Mulheres do Sintusp, relembrou o nascimento do grupo há 10 anos, quando vimos a necessidade de colocar de pé um movimento feminista que defendesse também as terceirizadas, que são a expressão do maior nível de exploração e opressão que as mulheres sofrem no capitalismo. E que, observando isso, nos colocávamos a tarefa de ser um feminismo classista e revolucionário que luta pelos direitos das mulheres hoje e já e que quer a emancipação total das mulheres e de todos os oprimidos, o que só se dará com a derrota do sistema capitalista. E chamou todas as mulheres presentes a construirmos uma grande força no bloco do Pão e Rosas no dia 8, que expresse de forma impactante essa política, combatendo os ataques do governo golpista de Temer e todos os seus comparsas, que se una à força das mulheres internacionalmente, e que levante também a necessidade de nos unirmos aos homens trabalhadores que juntos combatamos pelas demandas das mulheres, contra o machismo e o capitalismo.

Após a roda de conversa, uma grande confraternização ganhou o espaço da Casa Socialista Karl Marx na Vila Madalena. As mulheres se divertiram muito e se soltaram ao som de vários clássicos no karaokê de mulheres, mostrando que a diversão, liberta da opressão que sofremos todos os dias, pode ser mais plena.
Por isso mesmo que lutamos todos os dias pelo Pão, mas também pelas Rosas.

 
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