www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
SUMARÉ - SP
ENTREVISTA: Zé Maria fala sobre o II Congresso da CSP Conlutas
Ver online

Da redação.

A equipe do Esquerda Diário entrevistou Zé Maria, dirigente do PSTU no terceiro dia do II Congresso da Conlutas, ele colocou sua avaliação sobre o Congresso e a proposta de greve geral defendida pelo seu partido.

ED – Zé Maria, qual é a sua avaliação do Congresso até agora?

Zé Maria - Acho que está sendo bastante positivo os trabalhos no Congresso, um Congresso que se realiza num momento especial, da situação política do país, um momento de crescimento das lutas, onde há um deslocamento da base da frente popular de ruptura com o governo de frente popular, do PT. Portanto, um Congresso de uma entidade que, ao se construir como um instrumento de luta para a luta da classe trabalhadora e da juventude brasileira, ela tem diante de si o desafio de apresentar a esses setores da classe trabalhadora que estão rompendo com o governo do PT e com o próprio PT, uma alternativa que possa ser construída pela classe trabalhadora para transformar de fato o país. O sonho e a esperança que as pessoas tinham que o PT fizesse a transformação, este sonho está virando em pesadelo. Mas não podemos deixar isto acontecer, temos que resgatar este sonho de mudar o país e construir, com a classe trabalhadora, um instrumento que de fato possa transformar a realidade, esta mudança que nós temos de fazer neste país. Parte disto é tarefa da esquerda socialista brasileira, mas parte disto é também tarefa das organizações de massa, das organizações da classe trabalhadora e da juventude.

Este Congresso está sendo importante porque ele está permitindo aos 2000-2500 pessoas do país inteiro, fazer o debate da situação do país, fazer o debate dos problemas concretos que cada uma das categorias dos setores enfrentam no seu dia-a-dia, no seu local de trabalho; mas também está permitindo a estes trabalhadores e trabalhadoras que estão aqui, discutir a sua luta cotidiana tendo em vista esta necessidade mais estratégica: de mudar o país, e fazer as transformações necessárias para que o povo possa ter uma vida digna.

Eu acho que até agora, o Congresso está sendo bastante positivo e propiciando as condições para que possamos fazer este debate. Eu espero que até amanhã possamos sair daqui com uma central mais forte e que possa se fortalecer como um polo de correlação de forças no país e para construir as lutas nos país e desta forma, fortalecer a nossa classe.

ED- Em sua opinião, quais seriam as resoluções que ajudariam a avançar nesta perspectiva?

Zé Maria - Eu acho que em primeiro lugar, é preciso que saia daqui uma resolução que dê resposta a tarefa mais concreta que está colocada na conjuntura, nós temos que fortalecer os processos de luta que estão em curso para derrotar o ajuste fiscal, os ataques que estão sendo feitos aos direitos dos trabalhadores e derrotar os governos que estão aplicando estes ajustes, seja o governo do PT em nível nacional, os governos estaduais, enfrentar a sanha de lucro da patronal,que quer precarizar ainda mais a vida dos trabalhadores como o PL das terceirizações, por exemplo. E isto implica, a partir dos passos que nós demos, das greves e dos dias de paralisações que houve, darmos um passo fundamental na construção de uma greve geral no país, para impor esta derrota ao governos, é perfeitamente possível realizar esta greve geral porque os trabalhadores já mostraram que tem disposição. Qual é o problema que nós temos que quebrar? O que temos de quebrar é com a resistência das grandes centrais.

O Congresso deve votar uma resolução fazendo um chamado, um desafio as centrais sindicais, fazendo com que nos permita fazer o debate de que se possa convocar efetivamente uma greve geral no país, este é o primeiro debate que eu acho fundamental. Em segundo lugar, é necessário que a gente saia daqui com resoluções que respondam as demandas mais concretas de cada um dos setores, você viu que tem uma presença importante de rurais, de assalariados, de agricultores familiares, setores da construção civil, professores, metalúrgicos, a luta contra a opressão, a luta das mulheres, negras e negros, das pessoas LGBT. Então é necessária uma armação política que impulsione estas lutas, que de um sentido comum a estas elas, que de um conteúdo de classe a estas lutas que temos.

Em terceiro lugar, é necessário que o Congresso vote uma resolução que arme do debate político com os trabalhadores no sentido da construção desta alternativa. Nós somos daqueles que fomos contra o impeachment de Dilma que foi colocado pelo PSDB, por setores da direita, nós não reconhecemos na direita a autoridade moral e o direito, de no Congresso Nacional, decidir tirar o governo do PT, porque vai colocar uma “porcaria” igual no lugar, seja Michel Temer, seja Eduardo Cunha ou Renan Calheiros, não é o PSDB ou o PMDB que vão trazer uma solução aos problemas brasileiros. Mas nós achamos que o trabalhador sim, tem o direito de tirar este governo que está atacando seus direitos, está degradando as condições de vida da classe trabalhadora, e se foi o povo que colocou o povo tem o direito de tirar, e não tem que esperar até 2018.

Achamos que este debate tem que ser feito para que gente ajude a organizar este descontentamento, esta revolta que existe dentro das fábricas, dos locais de trabalho, nos bairros operários, para que a nossa classe possa se colocar em movimento, se nós formos felizes na construção deste processo, para que nós possamos abreviar este sofrimento que as pessoas vivem hoje em nosso país por conta das políticas deste governo. E é no bojo destas lutas que a gente fortalece uma alternativa, para que o povo brasileiro possa não só tirar estes que estão aí nos governando em nome dos banqueiros, no caso o governo do PT, mas colocar no lugar um governo da classe trabalhadora sem patrões, sem corruptos, que possa efetivamente mudar o Brasil.

ED- Na sua opinião, qual relação deve ter entre a greve geral que vocês propõem, e as greves que estão acontecendo agora?

Zé Maria - O ponto de apoio mais importante que nós temos hoje para construir uma greve geral no país, é justamente estas lutas que estão acontecendo. Então, a primeira medida, em relação a isso, que nós temos de fazer, é fortalecer estas lutas, dar um sentido comum a elas. São lutas por enquanto fragmentadas, mas nós podemos transformar numa luta comum como nós fizemos nos dias 15 e 29 de abril, nas paralisações nacionais que foram feitas. Agora, transformar isto numa greve geral, implica numa movimentação das grandes centrais sindicais do país. A Conlutas sozinha não tem força para convocar uma greve geral no país, portanto a luta pela greve geral implica em se apoiar nestes trabalhadores que estão mobilizados, chama-los a pressionar suas centrais sindicais. as quais seus sindicatos estão ligados. para que possamos tornar realidade esta convocação da greve geral.

É muito importante as lutas que estão acontecendo mas é preciso dar este sentido comum, chamar estes trabalhadores a nos ajudar, por isso a resolução daqui não é a resolução que convoca a greve geral, por que isto seria por fora da correlação de forças social real do país. O chamado que tem que sair daqui, é o desafio para as centrais sindicais que convoquem junto com a CSP-Conlutas, a greve geral, e nós temos que ter consciência de que é preciso pressão para isto.

A direção da CUT tá presa com os compromissos que tem o governo do PT, não quer convocar a greve geral, a direção da Força Sindical tá presa aos compromissos que tem com o empresariado, não quer convocar a greve geral. Nós podemos força-las a isto? Eu acho que é possível, se nós aumentarmos a pressão de baixo para cima. Por isto, a resolução nossa tem este sentido de buscar chamar os trabalhadores para lutar para que a gente constituir esta forma de luta que é necessária, sem isto, não teremos a força necessária que é preciso para impor uma derrota aos governos.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui