Cesária Évora nasceu no 27 de agosto de 1941, na cidade do Mindelo, em São Vicente. Ela é considerada a “rainha da morna” que é um estilo musical tradicionalmente cabo verdiana, as músicas expressam o cotidiano dá população de Cabo Verde que expressam as dificuldades do país mas também o amor a ele, com uma pegada ritmada e muito elaborada com uma incrível combinação de instrumentos.
Ceze, como era chamada intimamente pelos amigos, além de sua voz estonteante e fabulosa, é expressão forte e de orgulho, para fora teve a honra de representar seu país, ganhou Grammy em 2004 e em 2009 ganhou “medalha de honra” do governo francês.
Sua trajetória de vida e as batalhas cotidianas
A cantora já nasceu em um berço musical, seu pai tocava violão, violino e cavaquinho. Seu irmão tocava saxofone e a acompanhou durante um tempo em seu início de carreira desde os 7 anos já era nítido seu talento e aos 16 anos começa a cantar em bares, restaurantes e locais públicos.
Depois da II guerra mundial, os movimentos de libertação das populações africanas ganharam força e nesse processo um movimento pela independência de Cabo Verde e Guiné, mas a luta contra os colonizadores não é de maneira nenhuma um processo tranquilo. A repressão do Império Português foi brutal, tendo levado quase 20 anos, desde a fundação do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde em 1956 até a assinatura do acordo de liberdade em 1974, para que as ilhas de Cabo Verde fossem consideradas independentes.
Durante esses 18 anos, Cese viveu seus Dark Years, enfrentando problemas com alcolismo, financeiros, mas sempre esteve a frente de enaltecer seu país, seu povo e a tradição cabo verdiana. Mesmo sem cantar por muitos anos devido às condições duras pelas quais passava o país, Cese gravou o disco Mornas de Cabo Verde & Oriondino, uma ode à liberdade e à cultura autônoma do país.
Cesária foi uma dessas artistas que sofreu e lutou junto com aqueles que exigiam liberdade. É em nome dessa arte que se pretende emancipadora e livre que lembramos seu nome, também em nome da liberdade ainda não conquistada, a não ser formalmente, pelos milhões de irmãos e irmãs africanos que vivem sob a miséria imposta pelas potências imperialistas da Europa.
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