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CONGRESSO CSP-CONLUTAS
Defesa da “greve geral” enquanto as greves existentes não se expressaram
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Da redação.

No primeiro dia do II Congresso da Conlutas, Zé Maria, do PSTU fez em sua fala uma defesa contundente da necessidade de uma “greve geral” para barrar os ajustes do governo Dilma. Essa política foi repetida em diversas mesas e grupos de discussão pelos militantes do PSTU das categorias que lá estavam. O pano de fundo para a justificação dessa orientação seriam os ataques que vários setores dos trabalhadores estão sofrendo, o aumento do desemprego e da inflação, bem como os ajustes e aumento da terceirização, com a PL 4330.

A necessidade de promover a mais ampla unidade entre os trabalhadores para lutar contra os ataques dos governos e dos patrões é inquestionável. Mas isso não pode ser feito, por fora de combater duramente as burocracias sindicais. Apesar das denúncias realizadas contra a CUT e ao PT nas falas de praticamente todos que intervieram na mesa de conjuntura nacional, e em especial de Zé Maria, esteve ausente uma discussão estratégica sobre como construir a tão defendida greve geral. Isso por conta de dois problemas fundamentais que se expressaram nos debates.

Em sua intervenção, Zé Maria colocou a necessidade de fazer frente-única com a CUT para barrar os ataques dos governos, o que em si não é o que se deve questionar. Entretanto, há que refletir como essa frente-única deve ser estabelecida. Como já debatemos aqui mesmo quando se deve fazer frente-única com centrais governistas e patronais, como a CUT, CTB e outras, a Conlutas deve manter sua independência. E isso não se restringe ao discurso. As criticas abertas e a definição clara sobre o caráter da burocracia cutista deve ser parte constitutiva da ação de todos os que se colocam como parte da esquerda, sobretudo no calor da luta de classes, e não apenas quando se discursa para o plenário do Congresso da Conlutas.

Por isso, manter a independência mesmo quando se faz a frente-única para barrar um ataque, como os que a classe trabalhadora está sofrendo hoje, é uma necessidade. E para isso é preciso em primeiro lugar partir da necessidade de que se lute para que tais frentes-únicas se deem em base ao programa que abarca alguns pontos comumente defendidos em instâncias como o Congresso da Conlutas. Não se pode ter um programa para ser defendido apenas entre os “socialistas”, e que não é posto para as mobilizações de frente única com as centrais sindicais governistas.

Outra questão a se colocar diante da defesa da greve geral tão presente no II Congresso da Conlutas, é porque então as mesas de abertura e principais falas do encontro até agora não expressaram as principais greves e lutas que estão acontecendo nesse momento. Não foram os professores do Paraná, de São Paulo, ou de todos os demais estados os que colocaram sua visão sobre quais as tarefas que um Congresso desse tipo deve assumir para unir e coordenar os setores em luta. Se nem isso for respondido de maneira concreta, é difícil crer que se possa avançar para a organização de uma greve geral, que passa a ser dessa maneira nada mais que um discurso. Talvez essa seja uma das explicações do porque o II Congresso da Conlutas esteja com delegações pouco menores que suas edições anteriores. Há que fazer com que as greves reais que estão acontecendo agora, sejam unificadas e coordenadas.

 
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