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CRISE NO RIO
Rio Imagem: salários atrasados e pacientes sem exames

O centro de diagnóstico por imagem do estado do Rio de Janeiro, Rio Imagem, é mais um setor afetado pela crise do estado. Pacientes aguardam meses sem conseguir seus exames. A partir de terça-feira, 7, os funcionários terceirizados do cento de marcação de exames, sem receber salários, vale transporte e vale alimentação há dois meses, decidiram paralisar suas atividades.

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Como acontece em qualquer greve de trabalhadores terceirizados, cuja imensa maioria é desencadeada por falta de pagamento dos funcionários, o governo estadual e a Organização Social Proll saúde trocam acusações sobre quem seria o culpado; e enquanto isso os trabalhadores continuam sem salário, desde dezembro.

Mas a absurda situação de trabalharem sem receber salários há dois meses não foi a única motivação da greve: as condições de trabalho precárias também são apontadas pelos trabalhadores da Rio Imagem como um fator importante do desmonte que a instituição vem passando.

Funcionários alegam que não conseguem entregar o resultado dos exames para os pacientes pois não há material para imprimi-los, e muitas vezes apenas é possível fornecer o resultado em CD - quando muito. Outros resultados simplesmente não são entregues, mesmo com exames já realizados. Uma técnica de enfermagem denunciou que até mesmo papel higiênico está em falta. Ela relatou ao jornal Extra:

"Pacientes estão fazendo exames, mas não estão recebendo os resultados por falta de material. Os resultados dos exames de ressonância e tomografia não estão sendo entregues. Além disso, os funcionários estão sofrendo com a falta de salário, vale-transporte e alimentação e o plano de saúde, que já foi cortado."

A situação é desesperadora, tanto para funcionários sem salários e direitos, como para pacientes que precisam com urgência de seus exames e não conseguem obtê-los. Um caso relatado no jornal O Globo expressa a situação de trabalhadores que dependem do Rio Imagem: Vilma Mendes, 55 anos, aposentada por invalidez e moradora de Santa Cruz, saiu de casa às 6h e levou mais de duas horas até a Rio Imagem, na Avenida Presidente Vargas. Mas ela não conseguiu o resultado de sua tomografia devido à situação de calamidade. O exame foi feito há um mês atrás, após uma espera de quatro meses. Vilma depende do resultado para iniciar um tratamento de quimioterapia pelo SUS para o câncer de pulmão de que sofre, e os cinco meses de atraso que já sofreu até agora - somados a sabe-se lá quantos mais terá pela frente - podem determinar se ela irá viver ou morrer.

Enquanto isso, os trabalhadores da Rio Imagem não conseguem entregar os resultados, e em suas casas as famílias estão sem sustento. O governador Pezão, responsável pela situação de calamidade na saúde, recentemente passou, ele próprio por um tratamento de câncer de tipo raro, um linfoma não Hodgikin de células T, doença extremamente agressiva. Se dependesse da saúde pública do Rio, como Vilma Mendes, certamente Pezão já estaria morto. Hoje, recuperado, o governador dirige os ataques contra a saúde pública no estado e os direitos dos trabalhadores.

A secretaria estadual de saúde afirmou que fez uma auditoria no Rio Imagem pois a empresa Prol, que administra o centro, não está prestando o serviço para o qual foi contratada; afirmou ainda que nos últimos doze meses o pagamento tem sido feito em dia. Já a empresa afirma que há dois meses o pagamento dos serviços não é feito pelo governo há dois meses, e que o contrato com a empresa venceu em novembro.

A terceirização da saúde no Rio coloca a vida dos pacientes na mão das empresas privadas. Enquanto falta verba para fazer tomografias e outros exames dos quais dependem a vida das pessoas, Pezão tenta avançar com a privatização em outras áreas, com seu pacote que prevê a venda da CEDAE, e continua dando milhões de isenções fiscais às empresas capitalistas. O que está em dia no Rio é o lucro dos patrões.

 
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