O prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou que irá entregar à iniciativa privada a administração do Bilhete Único do ônibus de São Paulo. Esquema de gestão do bilhete possibilitará que a empresa contratada utilize o dinheiro arrecadado pra compra de crédito, especular para lucrar junto aos banqueiros.

O Bilhete Único é utilizado para o pagamento de 94% das viagens de ônibus e movimenta cerca de R$ 40 milhões em poucos dias. Doria propõe a venda da administração desse recurso à iniciativa privada, que poderá, no prazo de cinco dias, utilizar o dinheiro arrecadado pelo Bilhete para a venda de crédito e obter ganhos financeiros.

Além disso, a empresa contratada poderá dar outras funções ao Bilhete, como vale-refeição, mas também para realizar transações no débito ou crédito. Graças ao prefeito João Doria, para ter seu bilhete único provavelmente terá que depender de bancos e grandes empresas de cartão, como Cielo, Mastercard.

Esse ganho deverá ser revertido às empresas de ônibus, mas que, apesar de não estar claro como funcionará a remuneração da empresa terceira, ela certamente ficará com uma boa fatia desse bolo na forma de lucro privado

A justificativa para vender essa administração do Bilhete Único a uma empresa privada baseia-se na necessidade diminuir os gastos do município. No entanto, vai significar dar na mão da iniciativa privada a administração de todo bônus para que ele sirva então de lucro privado. Uma lógica entreguista perversa que também significará a deterioração do transporte público às custas de que o lucro dessa empresa contratada nunca seja afetado.