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CORRUPÇÃO
Delação da Andrade Gutierrez atinge tucanos de SP e Minas, haverá convicção?
João Alberto

Parece que existem provas, existirá convicção?

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Segundo o jornal Folha de São Paulo, a empreiteira Andrade Gutierrez, assim como a Odebrecht, teria uma “tesouraria interna” para o pagamento de propinas e caixa dois a políticos. Essas informações teriam sido dadas por executivos da empresa em depoimentos às forças-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e em Curitiba.

Essa tesouraria, conforme os depoimentos, funcionava com dinheiro em espécie. A maior parte do dinheiro desse esquema foi transferida para o caixa dois da empreiteira através de contratos entre a Andrade Gutierrez e empresas de fachada do doleiro Adir Assad, preso desde agosto do ano passado.

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que esses recibos falsos por serviços não realizados injetaram mais de R$176 milhões no caixa dois da Andrade Gutierrez. Esse dinheiro foi usado para pagamento de propinas em obras como a Ferrovia Norte-Sul, estádios da Copa do Mundo, e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), como já foi delatado por executivos no acordo fechado com a justiça em 2015.

Após as delações da Odebrecht, executivos da Andrade Gutierrez foram chamados para novos depoimentos, o chamado “recall”. Segundo informações da Folha de São Paulo, essa nova rodada de delações irá relatar o pagamento de propinas por essa tesouraria da empreiteira em obras dos governos tucanos de São Paulo, como o Metrô e o Rodoanel, e de Minas Gerais, como a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro.

Apesar das denúncias em depoimentos anteriores, dessa vez as informações chegam mais perto de governos do PSDB. É difícil prever qual será o destino dessas informações sobre a corrupção nos governos Alckmin, Aécio Neves e Antônio Anastasia. As delações podem, assim como as da Odebrecht, serem homologadas pelo STF e ficar em sigilo, para serem utilizadas de forma seletiva pelo “partido judiciário” e pela mídia.

Parece que existem provas, existirá convicção?

O que é certo é que não é possível confiar na Lava-Jato e no Judiciário e seus métodos. Eles ocultam informações, e as liberam conforme interesse político (a lista da propina da Odebrecht segue em sigilo) e são hoje uma pressão para a aplicação de ajustes mais contundentes contra os trabalhadores, ao terem em mãos um arsenal de delações que pode afastar praticamente qualquer político que não esteja mais servindo aos interesses empresariais nos ataques aos nossos direitos.

 
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