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RELIGIÕES
Celebração de Yemanjá atrai milhares de pessoas pelo Brasil
Lourival Aguiar Mahin
São Paulo
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Yemanjá é uma divindade da cultura Yoruba, presente em religiões afro-brasileiras como o Candomblé e a Umbanda. Na linguagem Yoruba, Yemanjá pode ser escrita como Yèyé omo ejá; Yemọjá na Nigéria, Yemaya em Cuba, ou ainda Yemanjá ou Yemonjá no Brasil. Sua forte presença nas cultura de vários países africanos, como Nigéria e Angola, e também em países da América Latina, como Cuba.

A Festa de Yemanjá, comemorada anualmente no dia 2 de fevereiro é uma das mais populares e valorizadas do ano, atrai às praias do Rio Vermelho em Salvador, na Bahia onde é bastante tradicional, e atrai uma multidão imensa de fiéis e admiradores, mas também em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre (onde é conhecida como Nossa Senhora dos Navegantes).

A tradição do presente da mãe d’água, (como era conhecida essa celebração), segundo historiadores, teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes para a "mãe das águas" na expectativa de que ela pudesse resolver o problema de escassez de peixes. A tradição cresceu e começou a ganhar força em 1930. O dia 2 de fevereiro, entretanto, só foi oficializado na década de 1950, quando a oferta de presentes passou a ser chamado de "Festa de Yemanjá".

A festa que teria surgido quando a celebração do presente de Yemanjá no candomblé migrou do Dique do Tororó para o mar em 1924, viria a substituir a tradicional festa de Sant’Ana, que ainda é celebrada pelos pescadores que participam da missa no dia 29 de junho, em homenagem a São Pedro, realizada na vizinha Igreja Católica de Sant’ Ana, também localizada na praia do Rio Vermelho. A Casa do Peso, importante no festejo, é localizada próxima a Igreja desse culto católico predecessor, é nela que são depositados objetos e instrumentos utilizados pelos pescadores na sua rotina de ofício, e as balanças utilizadas para a pesagem da pescaria. Nesse mesmo casebre há um lugar reservado para o culto à Yemanjá, "No primeiro cômodo da casa existem várias imagens de Yemanjá, água, pedras, búzios e flores. No mesmo espaço os fiéis acendem velas. Do lado de fora, logo em frente, vê-se uma sereia.", registra Edilece Souza Couto no livro Tempo de festas: Homenagens a Santa Bárbara, Nossa Senhora da Conceição e Sant’Ana em Salvador. Desde então, todos os anos eles pedem à orixá fartura na pescaria e um mar tranquilo para navegar. Entre os rituais que envolvem as homenagens, está a questão da receptividade dos presentes. Reza a lenda que, caso o presente seja encontrado na beira da praia, é porque a divindade não gostou da oferta. Quando a oferenda desaparece no mar, no entanto, é sinal de que o presente foi aceito. Nos últimos anos, são realizadas campanhas de conscientização para que as pessoas adotem presentes sustentáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente.

A festa de Iemanjá no Rio de Janeiro é comemorada por todos os bairros, normalmente em terreiros. Já em São Paulo é feita normalmente na Baixada santista em quase todas as praias do litoral paulista. No dia 2 de fevereiro pelo povo de candomblé, no dia 15 de agosto pela umbanda e 31 de dezembro por pessoas de várias religiões que querem homenagear a Orixá, comemorando a passagem do ano nas praias. Em todas as datas de comemoração, fieis e simpatizantes pulam sete ondas, acendem velas e colocam flores brancas em barquinhos, e os lançam ao mar. No último dia do ano o número de participantes da festa se torna relativamente maior.
Porém, mesmo com toda esta importância que é dada para a divindade, as religiões de matriz africana sofrem muito com a perseguição religiosa, o preconceito e a ausência de representação na sociedade. Em um país que deveria ser laico (que significa separação total do poder do Estado da instituição religiosa, no caso das religiões cristãs), ainda seguimos com crucifixos presentes na maioria das repartições públicas (fóruns, câmara dos deputados e dos vereados nas mais diversas cidades, etc) e agora com a presença maciça de evangélicos nos poderes executivos e legislativos, como podemos notar na chamada “Bancada Evangélica”, vemos cada vez mais expressões da ausência de liberdade religiosa, em manifestações de ódio as religiões de matriz africana e outras religiões não cristãs em menor medida, que estão embutidas de conteúdo racista, uma vez que essa perseguição ocorre principalmente em base ao sentimento de negação das religiões negras, situação essa que levaram a menina de 11 anos Kayllane Campos a ser apedrejada apenas por estar utilizando as vestimentas brancas do candomblé.

Não coincidentemente na cidade do Rio de Janeiro que possui hoje um prefeito que é dono de um dos maiores conglomerados de Igrejas evangélicas do Brasil, os casos intolerância religiosa registraram cerca de mil casos em apenas dois anos e meio, entre julho de 2012 e dezembro de 2014. Mas este fenômeno não se restringe ao Rio de Janeiro. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, durante os últimos 5 anos os casos de intolerância religiosa que ocorreram no Brasil aumentaram cerca de 3.706%, não por coincidência o tema foi abordado na redação da edição 2016 do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Devemos defender as liberdades religiosas, de maneira a permitir que todas as religiões possam ser cultuadas sem estarem atreladas ao estado e sem sofrerem represálias ou discriminação.

Total liberdade de culto ás religiões de matriz africana e demais religiões não cristãs!

Contra o racismo travestido de opinião!

E Odò ìyá Yemanja!!!

 
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