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RIO DE JANEIRO
Fundador do BOPE e agente da ditadura é o secretário de Ordem Pública de Crivella
Redação Rio de Janeiro
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Há poucos dias do novo prefeito da cidade do Rio cumpriu o primeiro mês de gestão, de todos os nomes da administração municipal, o do novo secretário de Ordem Pública é de longe o mais polêmico. Paulo Cesar Amêndola foi anunciado por Crivella ainda em 2016.

Amêndola filho de um capitão do exército brasileiro ingressa na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro no dia 30 de novembro de 1964, oito meses depois de ter lugar o golpe militar que deu inicio à ditadura. 4 anos depois, agora com 24 anos, Amêndola estava na linha de frente como tenente do Batalhão de Choque para reprimir as manifestações do movimento estudantil durante a ditadura. Um ano depois em 1969 era criado o Grupo de Operações Especiais (Goesp) do qual Amêndola passou a fazer parte no mesmo ano.

Quase 10 anos depois o Goesp passou a ser o Núcleo da Companhia de Operações Especiais (Nucoe) dirigido por Paulo Cesar Amêndola seu fundador. Em 1988 é criada a Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE) que posteriormente, em 1991, passa a ser denominado finalmente como BOPE.

Não é a primeira vez que, o agora secretário da Ordem Pública da gestão do Bispo Crivella, revolta e indigna movimentos de direitos humanos no Brasil ao ser nomeado para cargos na prefeitura do Rio. E é lógico, pois o Grupo Tortura Nunca Mais aponta o nome de Amêndola como um dos agentes nos 20 anos da ditadura militar brasileira.

Em 1993 é nomeado pelo então prefeito César Maia para a Superintendência Executiva da Guarda Municipal sendo o primeiro superintendente do órgão. É sob o comando de Amêndola que a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e que a GM especializou-se em reprimir os trabalhadores e movimentos sociais da cidade. Depois, em 2001, é nomeado pelo então governador Anthony Garotinho para ocupar o cargo comissionado de Diretor Geral do Departamento Geral de Atividades Especiais na Subsecretaria de Planejamento Estratégico, Ensino e Instrução da Secretaria de Segurança Pública.

O fundador do BOPE já foi também citado como um dos nomes envolvidos no caso da morte do jornalista Alexandre Von Baumgarten, mas como geralmente ocorre nos casos de assassinatos e abusos policiais estes saem sempre impunes, e hoje continua em liberdade e comandando a Secretaria de Ordem Pública no Rio de Janeiro de Crivella. O nome do novo secretário também apareceu no caso da bomba que explodiu no Rio Centro em 1981.

Um dos objetivos do novo secretário da prefeitura é aumentar a repressão como ele mesmo tem declarado. Hoje já com 72 anos afirma que a sua gestão como Secretário de Ordem Pública está inspirada na Tolerância Zero como a da cidade de Nova Iorque.

Com quase um mês no cargo superior da ordem pública, Amêndola já vem dando continuidade e aprofundando a política de apartheid da juventude negra que já vem sendo implementada sistematicamente pelo governo do Estado sob comando do governador Pezão e da anterior gestão de Eduardo Paes, como denunciamos no artigo "Pedágio Racial da PM isola a juventude negra das praias do Rio". O mesmo declarou que planeja revistar quem desce dos ônibus nos pontos finais da Zona Sul e permitirá o uso de gás pimenta e armas de choque por parte dos guardas municipais nestes operativos. Com um claro discurso racista e hostil à juventude pobre e negra das favelas o secretário pretende proibir a livre circulação destes jovens na cidade especialmente nas praias e bairros da zona sul, tratando-os como delinquentes. É dele a seguinte afirmação racista sobre a juventude negra que busca o lazer nas prais do Rio de Janeiro "Como vão voltar? Vão roubar de alguém! ou dar calote. Os guardas nas areias estarão de olho nessas pessoas".

Uma figura polêmica e ligada a momentos e instituições reacionárias do país e da cidade. Amêndola vem para criminalizar ainda mais os negros e os pobres e garantir que continue intacto o racismo de cada dia no Rio de Janeiro. Reafirmando uma lógica onde ter dinheiro é sinônimo de criminalidade e motivo para aprofundar o apartheid e a desigualdade entre negros e brancos.

Nós do Esquerda Diário denunciamos cada dia essa situação revoltante e lutamos por um Brasil e um Rio de Janeiro sem esse racismo cotidiano, do Estado, da polícia, da prefeitura e da guarda municipal. Uma sociedade onde os jovens negros tenham garantidos seus direitos e que não sejam impedidos de circular livremente, de curtir as praias e lugares de lazer da cidade. Isto passará necessariamente pelo fim destas instituições racistas e reacionárias, mantidas pelo Estado burguês, como a polícia militar e a guarda municipal.

 
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