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DESIGNAÇÕES MG
Designações serão estendidas: angústia prolongada
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais

A Secretaria de Educação (SEE) de Minas Gerais vai publicar no Diário Oficial dessa quarta feira, 25/01, um novo cronograma do processo de designação de 2017. De acordo com o novo cronograma, as designações online serão estendidas até o dia 27/01; e as presenciais até o dia 31/01. O subsecretário de gestão de recursos humanos da SEE, Antonio David de Sousa Junior, disse que a mudança visa dar mais tranquilidade ao processo de conclusão das designações. Porém, tranquilidade é algo que nenhum professor ou trabalhador da educação tem em qualquer processo de designação.

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Todo ano os professores e trabalhadores da educação são submetidos a uma jornada estafante de trabalho antes mesmo de começarem as aulas. Esse é o processo que preenche 2/3 das vagas da educação no estado de Minas Gerais, com base no contrato precário de trabalho. É recorrente o sentimento de angústia, de descaso, de humilhação nas designações. Horas de insônia, perda de uma vaga almejada por um simples acaso, demora na divulgação dos cargos em algumas escolas, denúncia de assédio de inspetores entre muitas outras humilhações. Muitas são as reclamações e lamentos para aqueles que se aventuram na área da educação.

Esse ano, com a designação online para parte do quadro e a presencial para os professores PEB, não está sendo diferente. Ainda sem ter a pretensão de fazer uma avaliação do novo sistema informatizado [1], o que é certo é que as designações seguem sendo desumanas para todos os trabalhadores. Incerteza acerca dos cargos, do local de trabalho, da renda mensal: a preocupação do profissional se terá um contrato para trabalhar e sobreviver.

Além disso, a instabilidade do cargo precário, com a possibilidade de perder a vaga ao longo do ano, podendo assim perder parte da renda mensal programada para passar o mês. Isso sem contar o comprometimento do projeto pedagógico, com a rotatividade das escolas, quando em grande parte das vezes os professores e trabalhadores da área não conseguem dar seguimento no trabalho e projetos numa mesma escola.

A enorme precarização da condição docente e dos diversos trabalhadores da educação mostra como nunca houve uma pátria educadora. Realidade que o atual governo golpista do Temer piora quando autoriza projetos de congelamento de investimento em serviços públicos e de retirada de direitos trabalhistas (que podem levar, inclusive, a não haver novos concursos) e tendem a piorar em muito o cenário da educação em nosso país.

O mínimo que se esperava num estado governado por um governo que se disse parte de um projeto de uma pátria educadora, o governo de Fernando Pimentel do PT, é que todos os concursados já estivessem ocupando seus cargos, visto haver cargos vagos para todos esses professores, e ainda sobrariam muitas vagas. Porém, esse governo já deu muitas mostras que sequer os acordos feitos com a categoria serão cumpridos, preferindo cumprir seus acordos com as mineradoras que espoliam nossas riquezas naturais e são responsáveis por enormes crimes ambientais.

Cabe a nós, professores e trabalhadores da educação, confiar em nossas forças, transformar a angústia em ação, lutar pela unidade de todos os trabalhadores uma vez que quando fazemos o mesmo trabalho devemos ter os mesmos direitos. Exigir, pela força da nossa categoria, que nosso sindicato lute pela nomeação imediata de todos os concursados e por um plano de urgência para acabar com todos os contratos precários na educação sem que isso signifique demissão em massa para milhares de trabalhadores.

Um plano assim certamente fortalece os trabalhadores de conjunto para lutar contra os ataques do atual governo golpista do Temer e contra os planos de ajustes que Pimentel já implementa em nosso estado a revelia de todos os acordos já feitos; e permite fortalecer a possibilidade de uma nova assembleia constituinte, imposta pela luta e pela força de mobilização e organização dos trabalhadores.

 
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