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CAMPINAS
Caos na educação por pouco não resulta em tragédia em Campinas
Danilo Paris
Editor de política nacional e professor de Sociologia

Homem de 50 anos disparou contra vice-diretor e vigia por não conseguir vaga para sua filha.

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O triste ocorrido na escola municipal Corrêa de Melo é a cara mais cruel da destruição da educação pública. Um pai, desesperado por não conseguir vaga para sua filha, disparou contra o vice-diretor e o vigia da escola. Ainda levava 50 litros de gasolina com ele. Por sorte, ninguém saiu ferido.

O motor desse conflito é o que mais chamou a atenção: a impossibilidade de estar na escola desejada. Ao contrário da opinião corrente na mídia reacionária, daquelas que atribuem aos “vagabundos” às causas da violência, o caso do seu estopim foi o desejo de ver a filha em uma boa escola.

O contexto desse triste acontecimento é o aumento exponencial da precarização das condições da educação. Não por acaso, são cada vez mais recorrentes os casos de violência nas escolas. Em recente ranking divulgado, Campinas está na terceira colocação em situações de violência aos profissionais da educação. Relembrando Gabriel Garcia Márquez, a ação das políticas públicas governamentais na educação são verdadeiras “Crônicas de uma morte anunciada. ”

Os verdadeiros culpados por essa “quase” tragédia (e por outras muitas que infelizmente se efetivam) são os governos municipal, estadual e federal. São eles os agentes da sistemática violência no ambiente escolar. Caso não houvesse uma busca desesperada por várias famílias e alunos, por vagas em escola comparativamente melhores, episódios como esse não ocorreriam. Com salas de aulas que extrapolam 40 alunos, sem qualquer suporte psicológico (para alunos, familiares e professores), e enxugamento do quadro dos profissionais que poderiam evitar esses conflitos (como inspetoras, coordenadores, professores mediadores), o governo cultiva um terreno fértil para a reprodução e a ampliação da violência.

Como sabemos, está um curso um desmonte sem precedentes da educação pública. A PEC 55, reforma do ensino médio, reforma da previdência (que atinge em cheio o trabalho do professor) são combustíveis de tragédias no ambiente escolar. Quando afirmamos que os “ajustes, corte de gastos, contingenciamento”, ou como se quiser chamar os ataques aos direitos sociais, terão como consequência a vida dos trabalhadores, não estamos cometendo nenhum exagero.

 
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