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CAPITALISMO
Você viu? Dados escandalosos sobre a desigualdade social
Matheus Correia

Continuando a denúncia contra as desigualdades. No último domingo, 15, a Oxfam divulgou o relatório “Uma economia para 99%”, onde apresentava a escandalosa confirmação de que 8 bilionários capitalistas possuem acumulado o mesmo tanto da renda de metade da população mundial mais pobre.

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Imagine que uma família de 4 pessoas com renda mensal de R$1600, 00 precisaria trabalhar 95 anos e 8 meses para ter a renda mensal de um multimilionário que é de R$ 456.474 por mês. Isso equivale à 570 salários mínimos. Para a população mais pobre do país esse tempo seria de 316 anos para alcançar o valor da renda mensal de um multimilionário. Para os deputados brasileiros com seus super salários e privilégios, demoraria apenas 3 anos para alcançar essa quantia.

Entre os oito bilionários que concentram a renda de metade da população mundial estão o fundador da Microsoft, Bill Gattes, que ficou em primeiro lugar na lista dos mais ricos do mundo. Os outros sete nomes são todos homens: Bill Gates, da Microsoft; Amancio Ortega, da Inditex (dono da Zara); Warren Buffett, maior acionista da Berkshire Hathaway; Carlos Slim, proprietário do Grupo Carso; Jeff Bezos, da Amazon; Mark Zuckerberg, do Facebook; Larry Ellison, da Oracle; Michael Bloomberg, da agência de informação de economia e finanças Bloomberg.

Os dados impressionam: só na América Latina e Caribe 10% da população concentram 71% da riqueza de toda a região. Só no Brasil existem em torno de 4000 multimilionários que concentram 37% do PIB brasileiro. Apenas quatro mil pessoas em meio à 200 milhões (1 em cada 0,00002 pessoas) que determinam a maior parte da concentração de renda.

Em períodos de crise poderíamos pensar que o rendimento das pessoas, tanto dos mais pobres quanto dos mais ricos, diminuiria e consequentemente a desigualdade. Na realidade acontece o contrário, a riqueza tende a se concentrar cada vez mais, e as pessoas mais pobres serem mais atingidas com a precarização da vida, com reformas trabalhistas que desfavorecem o trabalhador, cortes na saúde, educação e na vida como um todo.

Um certo revolucionários Lenin, em 1917, em seu livro Imperialismo: fase superior do capitalismo citou que “Dos depósitos bancários 47% se concentrava em grandes 9 brancos berlinenses; 32,5% nos 48 bancos restantes com capital superior a 10milhões de marcos; 16,5% nos 115 bancos com capital de 1 a 10 milhões de marcos e 4% nos bancos restantes com menor de 1 milhão de marcos de capital. ”(1) Lenin estava certo e, de um ponto de vista, o cenário não mudou tanto, hoje no Brasil 4 instituições bancárias concentram 72,4% dos ativos bancários do país, mostrando o nível de monopólio dos grandes negócios capitalistas.

Não só os bancos, mas quase tudo que consumimos em nossas vidas são produzidos massivamente por várias empresas comandadas por poucos monopólios. Poderíamos dizer que a vida de maior parte da população é determinada por poucas pessoas donas do poder político e econômico do mundo. Da mesma forma as mazelas impostas a maior parte da população às custas de sustentar os privilégios e luxo de poucos.

Não à toa essa desigualdade existe, e digamos que sem ela não poderíamos viver na sociedade capitalista que vivemos hoje. O capitalismo não consegue se sustentar sem expropriar de muitos para dar para poucos. Vemos isso nos nossos locais de trabalho, quem mais trabalha nas empresas são os que concentram os benefícios da produção? Os lucros da produção ficam com os que trabalham no chão de fábrica ou com o patrão?

O monopólio e a concentração são movimentos inerentes do capital, são unha e carne, o mito de um capitalismo concorrencial em que todos poderiam atingir as benesses da riqueza apenas com o seu trabalho ficou para os iludidos de 200 anos atrás. Há muito tempo o capitalismo funciona a base da concentração, Lenin já analisava isso para o século XIX, no século XXI a situação se mantém.

Contudo, assim como nosso revolucionário citado, as aspirações por uma sociedade melhor continuam cada dia mais vivas na mente de milhares de pessoas. A desigualdade é origem e fim do capitalismo. É a origem porque sem ela esse sistema não pode respirar e oxigenar as opressões sociais. Mas também é seu fim, uma vez que o único sujeito que poderá libertar desse ciclo de desigualdades são os que sofrem com ela, a classe trabalhadora. Reverter desde a raiz a desigualdade e trazer direitos iguais a todos.

 
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