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METRÔ SP
Após dez anos, maior tragédia da história do metrô paulistano permanece impune
Pedro Rebucci de Melo

Desmoronamento das obras do metrô em Pinheiros foi considerado “imprevisível” pela justiça paulista, que julgou não haver culpados pela cratera que matou sete pessoas.

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Nesta quinta-feira, 12, completam-se dez anos desde o desabamento das obras da linha 4-amarela do Metrô de São Paulo, acidente que abriu uma imensa cratera que engoliu caminhões, ônibus e vitimou sete pessoas no local onde está instalada hoje a Estação Pinheiros. Também afetou quase uma centena de imóveis do entorno, com boa parte das famílias sendo obrigada a abandonar suas casas em troca das indenizações propostas pelo governo, sempre em um valor bem abaixo do mercado.

Porém, a despeito da gravidade da tragédia, a justiça paulista afirmou, já em duas instâncias, que não existem responsáveis pelo desabamento e que os técnicos do Metrô e do consórcio Via Amarela não teriam condições de evitar o acidente.

A Promotoria e Ministério Público de SP, entretanto, apontaram em sua acusação que o estudo do solo utilizado para embasar a construção era ultrapassado, de 1990, e que era sabido que o já instável solo da várzea do rio Pinheiros se encontrava ainda mais instável devido as fortes chuvas que haviam caído nos dias que antecederam o desastre.

Eles também alegam no documento que essas mortes poderiam ter sido evitadas, independentemente do desmoronamento, “se o entorno do local tivesse sido interditado para o trânsito de pedestres e de veículos logo após os primeiros sinais de risco iminente de ruptura do local, sinais esses, inclusive, que possibilitaram a evacuação do subsolo, com a retirada dos obreiros que trabalhavam na escavação”.

Trata-se de mais um caso onde a privatização dos serviços públicos serve apenas para que as empresas sejam mais imprudentes e negligentes em nome do corte de gastos e do aumento dos lucros. E as empresas envolvidas, no caso da linha 4–amarela, são veteranas da corrupção como Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez, todas empresas envolvidas na operação Lava-Jato e que tiveram diversos dos seus executivos presos.

Como os “defensores da justiça” da Lava-Jato costumam preservar os esquemas de corrupção tucanos, as ramificações da corrupção dessas empresas nas obras do governo de SP não são inteiramente conhecidas, mas podem ser perfeitamente sentidas pela população no processo de privatização do Metrô e da CPTM, cujo exemplo mais trágico e extremo é a tragédia que hoje completa dez anos.

O Sindicato dos Metroviários realizará um ato contra a impunidade no caso da cratera de Pinheiros nessa quinta-feira, lembrando a memória das vítimas e exigindo a apuração e a punição dos culpados. Os metroviários do MRT estarão lá para se somar a esse importante luta e chamam todos a participar!

 
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