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Pelo fim da precarização do trabalho nos call centers

As empresas de telemarketing (ATENTO, CONTAX, TELCO E MUITAS OUTRAS) são uma das faces mais cruéis da precarização gerada pela terceirização e flexibilização das leis trabalhistas. Embora haja entre essas empresas o discurso de apoio ao universitário e ao trabalhador que necessita atuar em uma atividade de meio período, na prática a história é completamente diferente.

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É rotineiro na vida de um operador de telemarketing o adoecimento pelo exercício da função, seja por fatores físicos ou psicológicos. Entre os motivos estão: assédio, pressão por resultados impossíveis de serem alcançados, constrangimento, acumulo de tarefas para compensar a redução de pessoal, um período desumano para realização de refeições, falta de acompanhamento psicológico para minimizar o stress gerado pela insuportável quantidade de ligações recebidas e diversas outras questões que abordaremos ao longo deste texto.

A essa altura você pode estar se perguntando, “mas e os sindicatos? os trabalhadores aceitam tais condições?”. Pois é, os sindicatos não atuam e muitas vezes são os maiores defensores dos patrões. Além disso, uma das faces da precarização do trabalho gerada pela terceirização é a grande rotatividade intencional, o que ajuda na desmobilização dos trabalhadores. Portanto cria-se um sentimento implícito e muitas vezes explícito de que “se você não quer se sujeitar as nossas condições, muitos la fora querem”. Além disso, muitos trabalhadores necessitam da renda ali adquirida para sustentar família e estudos e sentem-se amedrontados de confrontar os interesses da empresa e lutar por melhores condições de trabalho.

Como agravante a esta situação, temos em curso uma proposta de reforma da legislação trabalhista, que por si só já não atende as demandas dos trabalhadores, e agora atenderá menos ainda. Entre as perdas estão, parcelamento de férias, enfraquecimento da CLT frente aos acordos coletivos (que deixarão os trabalhadores reféns dos patrões e sindicatos vendidos), possibilidade de aumento da jornada de trabalho, fim da multa paga pelas empresas em caso de demissão (o que aumentará mais ainda o nível de desemprego) e diminuição do período de almoço. Todas essas medidas deixam claro que os patrões e o governo querem que os trabalhadores paguem pela crise. Crise muitas vezes usada como desculpa para aumentar a precarização das condições de trabalho. Abaixo alguns relatos:

Um trabalhador da ATENTO – RJ relatou que recentemente a empresa fez uma série de demissões para diminuir os custos. Porém, a demanda de ligações permaneceu a mesma, tendo por consequência a sobrecarga dos poucos operadores que permaneceram. Ainda assim, a pressão para manter a “fila” baixa continua intensa, chegando a níveis de stress insuportáveis.

Um outro trabalhador (a) que preferiu não citar o nome da empresa, dizendo apenas que atua na região da Barra da Tijuca – RJ relatou que os desmandos por parte dos superiores chega a níveis vexatórios. Metas por resultados alteradas no dia de fechamento, comissões descontadas injustamente ou por meio de medidores de qualidade extremamente subjetivos e que visam subtrair do trabalhador a remuneração pelo resultado alcançado. Além disso, há relatos de casos, onde nas chamadas “monitorias”, os superiores fizeram declarações como “incompetente”, “se sua amiga consegue bater a meta, por que você não consegue?” entre uma série de outras pressões psicológicas que afetam diretamente a autoestima do trabalhador. Além disso, cadeiras quebradas, falta de fones individualizados e PA’s com problemas na regulação da altura são comuns.

Poderíamos colocar uma série de relatos e reclamações por parte dos operadores que sofrem sem ter uma voz para os representar. Porém, meu objetivo através deste texto é de chamar todos os operadores de telemarketing do RJ a se mobilizarem em seus locais de trabalho ou fora deles. Denunciem os desmandos de supervisores, coordenadores ou qualquer outro superior, denunciem as empresas por proporcionar uma precarização de um trabalho que possui uma função social tão importante. Pressionem os sindicatos para que sejam mais atuantes e organizem os trabalhadores em direção a uma greve geral em todos os sites espalhados pela cidade, estado e país. Greve geral parece distante, parece impossível? Não é! Sem a nossa mão-de-obra não existe operação. Como dizia Leon Trotski, “não pode haver hesitação: vacilar é perigoso; e confinar-se em algum lugar na passividade é desastroso (...) e somente com uma ofensiva radical se pode conquistar a vitória com um mínimo de forças e de sacrifícios.”

Por isso, o esquerda diário abre este espaço para denuncias, relatos de abusos, reivindicações e organização dos trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho.

 
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