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ESTATIZAÇÃO DOS TRANSPORTES
4,50 NÃO! ESTATIZA O BUSÃO!
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN
Taís Roldão
estudante da PUC e militante do Pão e Rosas
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Desde o último sábado, 07 de janeiro, os jovens e trabalhadores de Campinas terão que desembolsar R$ 4,50 para ter acesso ao transporte público. Sabemos que tal valor, que representa um aumento real (ou seja, sem contar a inflação) de 10%, só favorece as empresas de transporte, com o lucro dos patrões cada vez mais sendo tirado do nosso bolso, sem que os trabalhadores do transporte sejam valorizados, que mesmo com a dupla jornada e diversas greves, seguem sem aumento de salário e em condições precárias de trabalho.

Somos a juventude que vive com 20% de desemprego e com os ataques de Temer e os governos cada vez mais destruindo nosso futuro. Além de termos que encarar, assim como os trabalhadores, essa realidade precária do transporte na hora de irmos para a escola, faculdade e trabalho, que nos faz de sardinhas dentro da lataria do busão e sujeita a nós, mulheres e LGBTs, a maior chances de assédio e violência, com a tarifa cada vez mais pesando em nossos bolsos e linhas insuficientes, nos faz pensar duas vezes antes de fazer alguma coisa para o nosso real prazer próprio, como ir ao teatro, ao cinema, às piscinas públicas, fere o nosso direito ao lazer, à cultura e à acesso à cidade.

Nós, juventude e trabalhadores, precisamos de uma saída que responda até o final a questão do transporte, que segue cada vez mais sucateado. Projetos como a uma tarifa zero que siga favorecendo o lucro dos empresários, ou uma estatização que mantenha o transporte na mão de um estado burguês e burocrata, e que está completamente alheio das necessidades dos usuários e interesses dos trabalhadores, seriam, portanto, insuficientes.

Para que o sistema de transporte realmente funcione para a população, é necessário que o mesmo esteja nas mãos dela. Somente os usuários e os trabalhadores do transporte público são consciente das reais necessidades e demandas, como onde é necessário investir, qual área da cidade precisa de mais atenção, como deve ser feita a organização das linhas, quantos funcionários, sejam motoristas ou cobradores, são necessários e como garantir que todos tenham condições dignas de trabalho e salário.

Nós não vamos pagar a crise dos empresários pagando tarifas absurdas, e nem continuar contribuindo para o lucro desses grandes capitalistas. É necessária a estatização, porém uma estatização na qual tomemos o transporte público em nossas mãos. Devemos lutar ao lados dos trabalhadores para condições de trabalho dignas, pelo fim da dupla função, pela volta do cobrador e pelo aumento de salário dos motoristas.

Na mesma semana em que foi decretado o aumento tivemos dois importantes atos contra essa medida, demonstrando disposição de luta da juventude e muito apoio da população. O espírito de luta da juventude na cidade ainda segue vivo, com novos atos agendados. Porém, precisamos que o movimento tenha espaços de auto-organização, para ampliar a democracia no movimento e fortalece-lo. Em aliança com os trabalhadores, a juventude é capaz de dar essa batalha contra um transporte público precário, caro, a serviço da máfia dos transportes, que Jonas quer cada vez mais aprofundar, colocando a estatização sobre controle dos trabalhadores e usuários como uma resposta que vai na raiz do problema.

 
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