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"Tinha que matar mais", diz Secretário da Juventude de Temer
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O ex-secretário nacional de juventude do governo Temer, Bruno Julio expressou a sua opinião sobre o ocorrido em Amazonas e Roraima. Pra ele ’’tinha era que matar mais’’. ’’Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana’’. Após a repercussão, o secretário foi demitido.

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A declaração polêmica sobre as chacinas nos presídios de Roraima e Manaus fez com que Bruno pedisse demissão do cargo de secretário nacional da juventude e o pedido fosse aceito por Michel Temer. Diante da repercussão negativa sobre a declaração, o ex-secretário publicou uma nota no perfil dizendo ter feito estas declarações ’’como cidadão, em caráter pessoal".

Bruno é filho do ex-deputado Cabo Júlio (PMDB), hoje deputado estadual em Minas Gerais. Também é presidente licenciado da juventude do PMDB.

Para justificar a chacina, o então secretário faz uma comparação com a outra chacina que ocorreu em Campinas em uma festa de ano novo, quando 12 pessoas foram assassinadas pelo ex-marido de uma das vítimas, que se matou em seguida. Em suas palavras ’’Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: ’Coitadinhos’, ’oh, meu Deus’, ’não fizeram nada!’ Para, gente! Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar, tem que ver’’.

Os argumentos de Bruno defendendo o massacre que ocorreu em Amazonas e Roraima apenas mostram a cara verdadeira do governo golpista de Michel Temer e também do PMDB. Por mais que Temer oficialmente diga a grande imprensa que lamenta o ocorrido e force Bruno a se demitir do cargo de secretário da juventude, um governo que manteve-se calado frente a chacina, e está na linha de frente dos ataques como a reforma trabalhista, reforma da previdência e também da PEC 55 possui um enorme desprezo pela população trabalhadora e pobre do país.

É um absurdo que Temer tenha nomeado Bruno para ocupar o cargo de secretário nacional da juventude e o ter mantido durante muito tempo. De acordo com o Globo, Bruno Julio está sendo investigado pela Polícia Civil mineira por agredir a ex-mulher e por assédio sexual a uma funcionária em outras duas investigações. Na denúncia, a ex-esposa relatou à polícia que foi ameaçada com uma faca porque o então companheiro não aceitava o fim do relacionamento.

Sobre a denúncia de assédio sexual por uma funcionária, a mulher quem Bruno assediou era ameaçada de demissão caso não saísse com ele.

Não seria de se espantar que mesmo com este histórico de violências às mulheres, Michel Temer tenha nomeado Bruno para ser secretário nacional da juventude do seu governo golpista. Ele só esteve ocupando este cargo porque Temer achou que tinha o perfil para fazer parte da equipe do seu governo.

Bruno, assim como políticos, apresentadores de televisão e outros representantes dos ricos que defendem o velho jargão de que ’’bandido bom é bandido morto, se não gostou leva pra sua casa’’, são co-responsáveis pelo ocorrido, pois por trás de seus discursos de ódio escondem a defesa da manutenção da miséria social como ela é, de legitimar os acordos que existem por trás dos bastidores entre o Estado, o tráfico de drogas e todo aparato repressivo que o Estado usa contra a juventude negra.

 
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