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DECLARAÇÃO DO MTS FRENTE ÀS MOBILIZAÇÕES NO MÉXICO
O gasolinazo de Peña e das transnacionais não passará!
Movimento de Trabalhadores Socialistas (MTS)

O “gasolinazo”, que obedece ao avanço da entrega dos recursos energéticos do país ao imperialismo, fez com que setores de trabalhadores e do povo saíssem nos primeiros dias de 2017 em mobilização, ultrapassando os cálculos que o governo havia feito em relação às consequências desta medida duríssima que afetará diretamente a economia da maioria.

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com dois discursos em cadeia nacional em apenas dois dias, Peña Nieto deixou em evidência seu cinismo e sua debilidade frente ao descontentamento social. Justificou a medida como um freio para a dívida externa e uma forma de evitar o corte aos planos sociais, jogando assim mais lenha no fogo e mostrando o tom de sua política autoritária nos dois anos que lhe restam de governo.

Diante da queda da renda petrolífera e a entrega às transnacionais dos recursos energéticos nacionais que tiraram a paraestatal Pemex do monopólio da comercialização da gasolina, o governo federal se viu “obrigado” a impor essa medida antipopular para pagar a dívida externa e manter a cada vez mais precária “estabilidade macroeconômica” em benefício dos banqueiros, grandes empresários e do imperialismo.

O movimento que está se desenvolvendo de maneira dinâmica é um fenômeno a nível nacional de alcances que não se pode prever. Os bloqueios de transportadoras, as ocupações de palácios municipais e os bloqueios de postos de gasolina mostraram a explosividade de um descontentamento que começou a ser gestado desde 2012, com sua expressão mais aguda na crise aberta com o massacre de Iguala e a desaparição dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa no final de 2014.

Apesar da crise de legitimidade com a qual o governo vem lidando, Peña Nieto pode impor o “gasolinazo” como fruto da unidade dos “de cima” e o apoio que foi dao pelos partidos políticos com o antipopular Pacto pelo México, que apovou as reformas estruturais. As declarações de descontentamento dos principais organismos empresariais com o gasolinazo acrescentam mais elementos a essa crise de legitimidade, e golpeiam fortemente a credibilidade de um governo que prometeu estabilidade para a classe dominante.

Por um cinismo oportunista do PAN e do PRD, eles pretendem aparecer como críticos dessa medida. Eles são os que, junto ao PRI, vem impondo planos de miséria e antidemocracia para as massas trabalhadoras. São os guardiões da estabilidade do regime dos ricos, o que demonstraram ao cerrar fileiras contra o combativo movimento magisterial que saiu em luta contra uma das reformas fundamentais como é a educativa; buscavam frear esse movimento a todo custo porque se os professores conseguiam sua derrubada, todo o resto do pacote de reformas estruturais – inclusive a energética – estaria questionado. Ao mesmo tempo esse triunfo fortaleceria aos demais trabalhadores que resistes aos planos neoliberais e alentaria que saíssem em luta.Isso explica o massacre de 19 de junho do ano passado em Nochixtlán como medida autoritária para dar garantia à classe empresarial em sua demanda por avançar na privatização da educação pública e em limitar os direitos trabalhistas do magistério.

Uma situação que ameaça a estabilidade do regime

Diante do impasse colocado pelo anúncio de Peña Nieto e o crescente descontentamento em todo o país, no qual se questiona não apenas o “gasolinazo” mais, mas sim a política antipopular do governo que provocou miséria e reprimiu as lutas do campo e da cidade. Por isso é necessário fortalecer as mobilizações com uma política ampla e unitária e um programa anticapitalista que aponte contra as bases desse regime pró-imperialista e autoritário.

Até hoje o governo de Peña Nieto conseguiu lidar com as mobilizações que ocorreram no país nos últimos anos, mas não pôde diminuir a grande insatisfação nacional. O “gasolinazo” afeta às classes médias, pequenos e médios produtores, e os que menos tem recursos para enfrentar a escalada de preços que é promovida pela alta dos combustíveis. É um movimento amplo que pode empalmar com o repúdio a uma política de maior subordinação e pactos com o imperialismo, como mostrou o rechaço ao convite de Peña Nieto ao presidente estadounidense eleito, Donald Trump.

O rechaço ao “gasolinazo”, de fato, coloca em questão a subordinação aos planos dos Estados Unidos. Portanto, levantar como política a “resistência civil e pacífica” - ou seja, esperar as eleições de 2018 para “tirar o PRI das alturas” por meio do voto, evitando que o movimento se amplie e se radicalize - , como já reivindicam alguns dirigentes e personaliades, é impotente diante de uma luta que implica romper as cadeias econômicas, políticas, militares e diplomáticas que nos impõe o governo estadounidense.

Não é possível enfrentar com a “resistência civil e pacífica” - cujo conteúo é não se chocar com o regime político – os responsáveis pelo massacre de Iguala; os responsáveis pela militarização do país com a sequela de centenas de milhares de desaparecidos e as valas clandestinas por todas as pates; os responsáveis pela liquidação da companhia de Luz e Força e seus 44 mil demitidos; a repressão sistemática e o encarceramento dos professores em luta por seus justos direitos e os que fizeram o massacre em Nochixtlán.

É uma política tendente a evitar a ampliação e radicalização da insatisfação, ecitaria que se desenvolvesse todo o potencial que as ruas do país prometem hoje aos milhares que se mobilizam; daria oxigênio a um governo muito debilitado e desgastado, ao mesmo tempo que evitaria que se expressassem possíveis rusgas e fraturas nesse regime repressor e de fome, cujos componentes buscam se reposicionar para as eleições desde ano no Edomex e nas presidenciais em 2018.
Assim – e se mostra claramente que quem provoca instabilidade é o governo – , colocar uma política assim, ou dizer que não se deve desestabilizar o goveno de Peña Nieto, como afirma Andrés Manuel López Obrador (MORENA), reduzindo o descontentamento da população ao “castigo” nas urnas em 2018, tende a mediar as lutas da população e o rechaço a Peña Nieto que está se expressando nas ruas.
Esta indignação contra o governo do PRI mostrou o potencial que pode ter a mobilização se se propõe a colocar abaixo os planos que afetam distintos setores da população, assim como as reformas estruturais.

É necessário que a classe trabalhadora – e suas famílias – que é a classe majoritária e poe colocar em cheque o governo paralisando com seus métodos de luta a indústria e os serviços, retoma as legítimas demandas doe demais setores da sociedade e encabece a mobilização com um programa operário frente à crise, em que colocar abaixo a reforma energética e a renacionalização das áreas privatizadas da Pemex sejam parte de uma política de ruptura da dependência do país iante do governo de Trump e em defesa da soberania nacional.

Para isso, seria fundamental que as e os trabalhadores da Pemex, que vem sofrendo com os avanços dessa privatização (demissões e liquidação de contratos coletivos de trabalho com a cumplicidade de seus dirigentes), possam romper a submissão à sua direção traidora para se somarem, organizados, ao resto da população que começa a dar essa luta nas ruas.

Mas diante da situação que atravessam os trabalhadores petroleiros, é elementar que o conjunto das organizações dos trabalhadores que se reivindicam democráticas e combativas se solidarizem com este setor. Para lutar em comum por:

Abaixo o gasolinazo! Basta de impostos e tarifaços contra os setores populares! Basta de cortes nos gastos sociais! Por maiores orçamentos para a educação, saúde, moradia e alimentação dos setores populares!

Os recursos para isso podem vir do não pagamento da dívida externa e de que todos os funcionários, juízes e legisladores ganhem o mesmo que uma professora. Contra a carestia, é necessário lutar por um aumento salarial de emergência e salários que sejam reajustados automaticamente de acordo com a inflação real; impulsionando comitês de usuários e trabalhadores para impor o controle de preços em todas as redes comerciais.

Até agora, as ações de protesto ocorrem em transportadores, produtores rurais e setores populares. É necessário que a classe trabalhadora se some às mobilizações com todo seu potencial, como já começa a fazer na União Nacional de Técnicos e Profissionais da Pemex, que estão convocando a mobilização. Mas é essencial que se mobilize a classe trabalhadora.

Por isso é urgente que os setores de trabalhadores como a Nova Central dos Trabalhadores, a CNTE, a UNT, o EZLN, o Conselho Nacional Indígena, entre outras, convoquem um Encontro Nacional de organizações sindicais, camponesas, estudantis e sociais para discutir um plano de luta nacional e um programa que encabece as demandas de todos os setores explorados e oprimidos por esse regime de alternância, e organize os protestos que ocorrem em todo o país.

Que chame a rechaçar a repressão e exija a libertação dos detidos, denunciando as ações evidentemente provocadas pelo governo para deslegitimar os protestos, assim como o rechaço à militarização, à aprovação da Lei de Segurança que legitimaia as ações dos militares contra a população.

A partir do Movimento dos Trabalhadores Socialistas opinamos que, para dar uma saída de fundo à situação atual do nosso país que jogue por terra as 11 reformas estruturais ordenadas pelo imperialismo, é necessário encaminhas as ações e a organização inependente rumo a uma grande paralisação nacional que unifique a classe trabalhadora e seus aliados da cidade e do campo.

Tradução: Fernando Pardal

 
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