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CRIME ORGANIZADO
Chefes da "Família do Norte" planejava eleger políticos nas eleições de 2016
Redação

Em conversas captadas pela Polícia Federal, chefes da FDN mencionam a intenção de infiltrar membros em cargos políticos através das eleições de 2016 e cooptar deputados em prol de seus interesses.

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Investigações feitas pela Polícia Federal mostram que a facção apontada como responsável pelo massacre no presídio em Manaus no dia 01, a Família do Norte (FDN), planejava disputar as eleições de 2016 com candidaturas a vereadores e prefeitos.

Em conversas captadas pela polícia entre os integrantes, o suposto líder da facção José Roberto Fernandes, o Pertuba, diz que visam “eleger deputados cooptados pela FDN”.

A investigação, que gerou uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 94 pessoas com evidências de ligação a FDN, menciona que os chefes da facção “chegam inclusive a discutir como infiltrar seus integrantes na política, cogitando a eleição de vereadores e prefeitos para o próximo pleito de 2016”.

Precarização e Descaso

Após o massacre, o governador do Amazonas, José Melo (PROS), surpreendeu fazendo uma declaração evidenciando o descaso com a tragédia “não tinha nenhum santo (entre os detentos mortos)”, afirmou. “Eram estupradores, matadores e pessoas ligadas a outra facção, que é minoria aqui no Estado do Amazonas”. Limpando as mãos do governo do Estado sobre o caso, Melo deixa o espaço livre para que o controle dos presídios continue nas mãos das organizações criminosas em acordo com as empresas privadas gestoras.

O Estudo do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura de janeiro de 2016 instou a privatização do sistema penitenciário como um dos principais motivos da precarização. O presídio Anísio Jobim, local onde ocorreu a chacina, possuía lotação três superior a sua capacidade total. Um dado importante a ser considerado em dada situação é que cerca de R$ 42,6 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Fupen), foram transferidos para a realização das Olimpíadas no Brasil.

Em levantamento de dados recentes, a empresa gestora do presídio, Auxílio Agenciamento de Recurso Humanos e Serviços Ltda. (antiga Conap), aparece financiando a campanha de reeleição de José Melo (PROS) para o governo do Estado do Amazonas com valor superior a R$ 300 mil. A amenização do caso aparece como mecanismo de blindagem da empresa privada que administra o presídio.

A chacina do presídio de Manaus foi manchete nos principais jornais de todo o mundo e é a segunda maior do país com 56 detentos assassinados, ficando atrás apenas do Carandiru em 1992, onde 111 detentos foram mortos.

Política e Facções Criminosas

Não é a primeira vez no país onde as facções criminosas buscam fincar espaço no cenário político. O atual Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ex-secretário de segurança pública do Estado de São Paulo trabalhava como advogado de uma cooperativa de transportes com ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

As facções criminosas buscam as melhores formas de conseguir manter seus inúmeros negócios por todo o país. A compra de políticos que trabalharam para os grandes empresários e donos de terras passa a ser mais um passo na busca por influência. Nestes momentos extremos onde os holofotes se voltam todos para o crime organizado suas ligações com os políticos (e outras instâncias legais), começam a emergir e ficam à mostra diante dos olhos da população.

 
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